Sucesso da Broadway nos anos 1960, a peça, que se passa na década de 1950, foi adaptada pelo teatrólogo carioca Flávio Marinho. Ele admite ter sentido dificuldade diante da forte integração dos números musicais com os diálogos. “Quando isso ocorre, o versionista fica em palpos de aranha. Não pode voar muito”, diz Flávio, lembrando que as canções contam histórias e o português não tem a mesma capacidade de síntese do inglês.
saiba mais
-
Artes visuais são o melhor da programação com entrada franca em BH
-
'A costureira' traz a lendária mímica suíça Gardi Hutter a Belo Horizonte
-
Rita Clemente é 'Amanda' em monólogo no Sesc Palladium
-
Pinturas de Marcel Diogo expostas em BH reproduzem falhas de fotos analógicas
-
Exposição destaca mineiro Alceu Penna, guru da moda no Brasil dos anos 30 a 60
-
Ponto de Partida traz a BH musical dedicado à arte de lembrar
O casamento de Michael e Agnes é revivido em todas as suas etapas – das núpcias à saída dos dois, já idosos, da casa onde sempre moraram. Nascimento dos filhos, crises, desgastes, ajustes e o inevitável envelhecimento se dão em torno de uma cama – móvel símbolo a partir do qual se impulsionam as emoções e se discute a relação.
LEGADO Para Diogo Vilela, o espetáculo tem uma característica muito americana, marcada pelo legado da Broadway, com bailarinos e muita gente em cena. “Como os Estados Unidos são progressistas, os autores compraram a ideia e fizeram um musical para dois atores”, justifica o ator, que aceitou participar da montagem por achar a história interessante.
Em janeiro, Diogo deve voltar à cena com Cauby! Cauby!. “Pela primeira vez, vou repetir um espetáculo”, afirma, orgulhoso, depois de constatar, na temporada de estreia, que Cauby Peixoto é uma figura emblemática da cultura brasileira. “Não apenas por estar vivo, mas por continuar, aos 80 anos, cantando e emocionando as pessoas.”
Com cerca de três décadas de experiência em teatro, Flavio Marinho lembra que em musicais como Noviças rebeldes, também adaptado por ele, pôde trabalhar números musicais com mais irreverência, como se fosse um show. “Em Sim! Eu aceito! não dá pra viajar na maionese”, reconhece, observando que nesses casos é preciso ser o mais fiel possível ao original.
ANOS 60 Considerado o mais famoso musical com dois atores da Broadway, Sim! Eu aceito! retrata, segundo o diretor Claudio Figueira, um casal tradicional. “É tudo pré-feminismo: a mulher do lar, a sociedade ainda bem patriarcal, quando a esposa cuidava do marido e dos filhos. O espetáculo mostra uma forma de casamento e de comportamento que mudou muito na década de 1960”, recorda ele.
A montagem, que estreou no Rio de Janeiro no ano passado, tem texto e letras de Tom Jones, músicas de Harvey Schmidt e cenografia e figurinos de Clívia Cohen. Figurinos da noiva e o vestido de noite foram criados por Carol Hungria. A caracterização ficou a cargo de Servio Azevedo e a iluminação de Marco Cardi.
SIM! EU ACEITO! – O MUSICAL DO CASAMENTO
Teatro Sesiminas, Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia. Sexta e sábado, às 21h; domingo, às 19h. Setor 1: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia). Setor 2: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia). Classificação: 10 anos. Informações: (31) 3241-7161.