

“Digo que Joana é um corpo-máscara. Além do nariz vermelho, o corpo dela é um grande enchimento de espuma”, explica a artista, já declarada “tesouro nacional” da Suíça. Pioneira na área, Gardi Hutter foi uma das primeiras mulheres a obter o reconhecimento do gênero, mundialmente. Sua personagem já se transformou em boneca e marionete, além de estar entre as fantasias mais usadas pelos suíços durante o carnaval.
Como mulher, ela diz não ter sentido qualquer empecilho à sua atuação em área normalmente dominada pelos homens. “Fui muito bem recebida desde o início de minha carreira, pois acabei me tornando uma novidade”, justifica Gardi, lembrando que não havia outras palhaças, então. “Todos os teatros e programadores ficaram interessados em conhecer o meu trabalho”, acrescenta ela, dizendo ter se inspirado em mestres como Charles Chaplin, o Carlitos, e Buster Keaton para construir a carreira de sucesso.

A identificação com a personagem, garante a palhaça, está na figura humana, alguém que sempre busca vencer e superar obstáculos. “A diferença é que, enquanto pessoas normais pegam caminhos retos e curtos para resolver as coisas, o palhaço pega o caminho mais sinuoso, comprido e demorado. Essa é a sina dele: coisas simples se tornam complicadas e ele se atrapalha”, explica Gardi, salientando que a comédia é a base de todo o trabalho dela. “O cômico é quem revela de maneira jocosa o que há escondido na sociedade.”
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Uma bisbilhotada através de uma casa de botão é suficiente para descobri-lo: o fio de sua história se desenrola como seus rolos de tecidos. Os manequins estão ao seu redor e nem mesmo a morte é capaz de parar suas enormes tesouras.
Contudo, entre agulhas e carretéis, o destino dela pode bem perder o fio. Num inusitado golpe do destino, um grande abismo se abre dentro de sua caixa de costura. A roda da vida também faz parte do ateliê de Joana, gira ao redor da finitude do ser e da infinitude do jogo.
O espetáculo estreou em outubro de 2010 e, desde então, circulou por vários países da Europa, onde se tornou um dos destaques da mostra off do Festival de Avignon, na França, em 2012. Com mais de 30 anos de carreira, Gardi Hutter conquistou vários prêmios ao longo da trajetória de palhaça, mímica e atriz.
GARDI HUTTER EM A COSTUREIRA
Quinta e sexta-feira, 30 e 31 de julho, às 20h, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro). Ingressos – Plateia I: R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia); Plateia II: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia); Plateia III: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia). Classificação: livre. Duração: 70 minutos. Informações: (31) 3270-8100.