O anúncio foi feito por Cava, que aponta dois motivos para tomar a decisão, depois de demitir os nove funcionários do espaço. O primeiro deles é a existência de uma ação de credores na Justiça dos estados de Minas Gerais e de São Paulo, com o propósito de tomar os terrenos de terceiros nos quais foram construídos o teatro de 191 lugares, além de uma galeria de arte e um café.
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Em meio ao processo, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) concedeu parecer para tombamento do teatro, enquanto a Prefeitura de Belo Horizonte reconhecia o mesmo como patrimônio imaterial do município.
Com a ação dos credores chegando ao final, Pedro Paulo Cava acredita que não valha a pena recorrer a instâncias superiores, enquanto uma comissão da PBH avalia, em paralelo, a possibilidade de desapropriação do imóvel ou sua troca com os credores.
Mantido por uma série de empresas, via Lei Rouanet, este ano o Teatro da Cidade não conseguiu aprovar o projeto de manutenção na lei federal, impossibilitando Cava de captar patrocínio para esse fim. Essa é a segunda razão pela qual ele se decidiu pelo fechamento do teatro.
Em sua trajetória, o Teatro da Cidade registra sucessos como o musical 'Mulheres de Holanda', do próprio Cava, além do também musical 'Samba, amor e malandragem', cuja temporada se estendeu de setembro do ano passado até março.
MINC
A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com o MinC (Ministério da Cultura), que enviou, por meio de sua assessoria de comunicação, a seguinte nota a respeito do pedido de patrocínio via Lei Rouanet feito pelo Teatro da Cidade:
"O projeto Teatro da Cidade – Manutenção e Funcionamento 2015 – Pronac 14 10607 foi apresentado ao Ministério da Cultura em setembro de 2014, com vistas à captação de recursos de renúncia fiscal via Lei Rouanet, para a manutenção das atividades artísticas do Teatro da Cidade. A proposta foi indeferida, em outubro de 2014, pelo não atendimento às diligências apresentadas.
Em novembro de 2014, o proponente apresentou pedido de reconsideração da decisão, o que foi acatado pela Funarte, entidade vinculada ao MinC responsável pela análise técnica de projetos da área de teatro, e pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC). No entanto, por conta de o imóvel em que o Teatro se situa estar em discussão judicial, a Funarte e a CNIC recomendaram encaminhamento à Consultoria Jurídica do Ministério da Cultura (Conjur), onde o projeto se encontra em análise. O procedimento é parte de um processo que busca garantir que o comprometimento do erário seja feito dentro de todas as regularidades exigidas".
Cena frágil
O fechamento de teatros em Belo Horizonte parece ter-se tornado rotina desde que o célebre Cine Metrópole, na Rua da Bahia, teve o terreno de sua antiga sede negociado para a construção de um banco, no início dos anos 1980, que resultaria na inauguração do Teatro Telemig, hoje Teatro Oi Futuro Klauss Vianna, construído no edifício que hoje abriga o TJMG. O Klauss Vianna chegou a ter seu fechamento anunciado neste ano, numa decisão depois revista pelo Tribunal. De lá para cá, enquanto alguns espaços, como o Teatro da Praça, fecharam definitivamente as portas, outros, como o Teatro Icbeu, na mesma Rua da Bahia, sob a gerência de uma universidade particular, passaram a ser utilizados para outros fins – como os acadêmicos, nesse caso. Além de morosas reformas que deixaram os teatros Francisco Nunes e Marília (administrados pela prefeitura) inativos por longos períodos, a capital mineira assistiu, ainda, à paralisação das atividades do Teatro Clara Nunes (ex-Imprensa Oficial, pertencente ao estado), em 2009, e ao fechamento do Teatro Casanova, no 15º andar de um edifício na Av. Afonso Pena.