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Literatura

Rubem Fonseca faz rara aparição na Academia Brasileira de Letras


“Sou um homem idiossincrático e idiossincrasias não se explicam.” A frase é do recluso escritor Rubem Fonseca, de 90 anos, que fez sua primeira aparição pública no Brasil em anos na noite da última quinta-feira, na Academia Brasileira de Letras. O depoimento foi dado por Fonseca enquanto ele falava sobre o fato de nunca ter se candidatado à ABL. Na sequência, parafraseou Carlos Drummond de Andrade: “É só meu jeito de ser”. O escritor foi à ABL para receber o Prêmio Machado de Assis, a principal honraria da instituição centenária, no valor de R$ 100 mil.


Fonseca, autor de obras referenciais do conto (Feliz ano novo e O cobrador) e do romance (Agosto e Vastas emoções e pensamentos imperfeitos) costuma aceitar convites para eventos literários no exterior. No Brasil, porém, mantém uma discrição notória, e recusa qualquer convite para eventos e não concede entrevistas.

Há meia década sem falar com jornalistas, sua aparição na ABL na noite de quinta seguiu sua histórica idiossincrasia. Abordado pela reportagem, olhou em volta como se buscasse ajuda e foi prontamente socorrido pelo genro, Pedro Corrêa do Lago, que disse, sorridente, que o autor não concede entrevistas. “Agradeço a presença de vocês”, concluiu Fonseca, sucinto.

O escritor foi mais falante durante o discurso que fez ao receber o diploma do prêmio. Em tom prosaico, falou por pouco menos de 10 minutos sobre sua história com a literatura. Informal, se recusou a subir no púlpito, optando por fazer seu discurso do palco. “Escrevi 30 livros. Todos cheios de palavras obcenas”, declarou, provocando risos entre os colegas. E defendeu a adoção da linguagem coloquial pela literatura: “Nós, escritores, não podemos discriminar as palavras”, disse. “Toda palavra tem que ser usada.”


Ao final da cerimônia, passou cerca de 20 minutos posando para o fotógrafo da ABL e fez selfies. Entre os fãs que tiraram fotos com o escritor estavam imortais da Academia, como Ferreira Gullar e Zuenir Ventura. (Folhapress)

Harper Lee

Uma parte das 25 mil primeiras cópias – o número não foi divulgado pela editora – de Go set a watchman, aguardado segundo livro de Harper Lee, chegou para os leitores sem alguns trechos nas páginas finais. O problema, segundo o grupo editorial Penguin Random House, ocorreu devido a um erro de impressão. A maior parte desse lote foi comercializada na pré-venda da Amazon americana, que irá ressarcir os clientes com novos livros, sem custo adicional. Alguns leitores publicaram nas redes sociais imagens de suas edições, com páginas faltando. Go set a watchman bateu recordes de vendas de lançamento de um livro de ficção para adultos nos EUA.