“Sou um homem idiossincrático e idiossincrasias não se explicam.” A frase é do recluso escritor Rubem Fonseca, de 90 anos, que fez sua primeira aparição pública no Brasil em anos na noite da última quinta-feira, na Academia Brasileira de Letras. O depoimento foi dado por Fonseca enquanto ele falava sobre o fato de nunca ter se candidatado à ABL. Na sequência, parafraseou Carlos Drummond de Andrade: “É só meu jeito de ser”. O escritor foi à ABL para receber o Prêmio Machado de Assis, a principal honraria da instituição centenária, no valor de R$ 100 mil.
Fonseca, autor de obras referenciais do conto (Feliz ano novo e O cobrador) e do romance (Agosto e Vastas emoções e pensamentos imperfeitos) costuma aceitar convites para eventos literários no exterior. No Brasil, porém, mantém uma discrição notória, e recusa qualquer convite para eventos e não concede entrevistas.
Leia Mais
Mostra de Sara Ávila na galeria de arte da UEMG mostra a noite de BHFesta dos 150 anos de lançamento de Alice no país das maravilhas vira diversão em BHPreço fixo do livro pode democratizar acesso e fortalecer cadeia produtivaEscritor Rubem Fonseca morre aos 94 no Rio de JaneiroBrasileira Dorrit Harazim ganha o prêmio Gabriel García Márquez de jornalismoSócios e frequentadores da Biblioteca Pública Luiz de Bessa falam sobre a magia da leituraO escritor foi mais falante durante o discurso que fez ao receber o diploma do prêmio. Em tom prosaico, falou por pouco menos de 10 minutos sobre sua história com a literatura. Informal, se recusou a subir no púlpito, optando por fazer seu discurso do palco. “Escrevi 30 livros. Todos cheios de palavras obcenas”, declarou, provocando risos entre os colegas. E defendeu a adoção da linguagem coloquial pela literatura: “Nós, escritores, não podemos discriminar as palavras”, disse. “Toda palavra tem que ser usada.”
Ao final da cerimônia, passou cerca de 20 minutos posando para o fotógrafo da ABL e fez selfies. Entre os fãs que tiraram fotos com o escritor estavam imortais da Academia, como Ferreira Gullar e Zuenir Ventura. (Folhapress)
Harper Lee
Uma parte das 25 mil primeiras cópias – o número não foi divulgado pela editora – de Go set a watchman, aguardado segundo livro de Harper Lee, chegou para os leitores sem alguns trechos nas páginas finais. O problema, segundo o grupo editorial Penguin Random House, ocorreu devido a um erro de impressão. A maior parte desse lote foi comercializada na pré-venda da Amazon americana, que irá ressarcir os clientes com novos livros, sem custo adicional. Alguns leitores publicaram nas redes sociais imagens de suas edições, com páginas faltando. Go set a watchman bateu recordes de vendas de lançamento de um livro de ficção para adultos nos EUA.