Ontem, na coletiva de imprensa para apresentação do novo programa, era fácil perceber a emoção da bailarina Sílvia Gaspar logo nos primeiros passos de 'Dança sinfônica', coreografia de Rodrigo Pederneiras, com música de Marco Antônio Guimarães executada pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e pelo Uakti.
A trilha emocionou não só quem estava no palco, mas jornalistas e convidados. Samuel Rosa, autor do trilha do outro balé, 'Suíte branca', coreografado por Cassi Abranches. Haroldo Ferretti, Lelo Zaneti e Henrique Portugal, músicos do Skank, também estavam lá.
Paulo ficou visivelmente emocionado ao citar o nome do compositor Fernando Brant como uma dessas peças-chave. Brant e Milton Nascimento foram responsáveis pela trilha de 'Maria, Maria', o primeiro sucesso nacional e internacional do Corpo, que estreou em 1976. As homenagens se estenderão aos coreógrafos. Rodrigo Pederneiras deu poucas pistas. Sem citar nomes, garantiu que vários parceiros também serão lembrados.
Deu para perceber que a primeira parte do programa, 'Suíte branca', promete ser um marco na história da companhia. “Cassi tem maturidade suficiente, traz renovação para o grupo. O convite feito a ela veio em hora boa”, comenta Paulo Pederneiras, sob o olhar atento da coreógrafa, ex-bailarina do Corpo.
Parcerias
'Dança sinfônica' é a quinta parceria de Rodrigo Pederneiras com Marco Antônio Guimarães. Antes, trabalharam em 'Uakti' (1988), '21' (1992), 'Sete ou oito peças para um balé' (1994) e 'Bach' (1996). É a primeira vez que o grupo trabalha com Samuel Rosa e o Skank. O vocalista conta que criar a trilha foi especial. “As referências estão no nosso DNA, mas chegamos a ser afoitos”, revela, contando que, em determinado momento, Paulo Pederneiras pediu-lhe para ir com calma. “Ele não sabia que os bailarinos também precisavam de tempo para respirar”, brincou Paulo.