São Paulo – Curador da exposição Guignard - A memória plástica do Brasil moderno, em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), o crítico Paulo Sergio Duarte escolheu o caminho temático para sintetizar a trajetória do pintor em 72 obras. Duarte preferiu essa rota por entender que uma retrospectiva como essa não só deve atender aos iniciados na obra do pintor de Nova Friburgo (RJ) como aqueles que desconhecem seu lugar na história da arte moderna brasileira. Trabalhar com temas, e não com associações formais, pode ser problemático para curadores contemporâneos, mas não para Duarte, que entra deliberadamente na contramão das apresentações pós-modernas. “Cézanne era um artista absolutamente moderno e trabalhou com temas”, lembra. “Mesmo Picasso poderia ter uma exposição só de retratos”, argumenta.
Como Alberto da Veiga Guignard (1896-1962) não tinha preconceito de gênero, sua retrospectiva está dividida em quatro temas: retratos, naturezas-mortas, obras sacras e paisagens. Em todas as salas destacam-se pinturas e desenhos que impressionam pelo olhar moderno de Guignard, formado nos museus e academias da Europa nos anos 1920, época em que nasciam movimentos, escolas e salões transgressivos. “Não posso concordar quando atribuem a ele um olhar naïve”, observa Duarte. “Não se trata de um autodidata, mas de um artista formado em contato com movimentos como o cubismo, o expressionismo, o dadaísmo e o surrealismo, cujas escolhas formais são determinadas por sólidos conhecimentos técnicos e históricos.”
Ao retornar ao Brasil, em 1929, após expor no Salão dos Independentes, no Grand Palais, ao lado da futurista Natalia Goncharova, Guignard tentou encontrar ambiente entre poetas (Murilo Mendes e companhia) e artistas com afinidade espiritual (como Ismael Nery). Bom retratista, pintou homens e mulheres da classe alta nos anos 1930 e 1940 – entre eles o das irmãs gêmeas Lea e Maura, sendo a primeira mãe do artista contemporâneo Tunga. A tela hoje pertencente ao Museu Nacional de Belas Artes.
Muitas instituições, além do museu carioca, cederam obras para a exposição, entre elas o MAM (de São Paulo e do Rio) e a Pinacoteca. Coleções particulares (Gilberto Chateaubriand, Roberto Marinho) também colaboraram. Entre as preciosidades destaca-se a versão de A família do fuzileiro, que tanto impressionou Mário de Andrade por sua “brasilidade”. (Estadão Conteúdo)
Guignard – A memória plástica do Brasil moderno
Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, portão 3, São Paulo. De terça-feira a domingo, das 10h às 17h30. Até 11 de setembro.
Como Alberto da Veiga Guignard (1896-1962) não tinha preconceito de gênero, sua retrospectiva está dividida em quatro temas: retratos, naturezas-mortas, obras sacras e paisagens. Em todas as salas destacam-se pinturas e desenhos que impressionam pelo olhar moderno de Guignard, formado nos museus e academias da Europa nos anos 1920, época em que nasciam movimentos, escolas e salões transgressivos. “Não posso concordar quando atribuem a ele um olhar naïve”, observa Duarte. “Não se trata de um autodidata, mas de um artista formado em contato com movimentos como o cubismo, o expressionismo, o dadaísmo e o surrealismo, cujas escolhas formais são determinadas por sólidos conhecimentos técnicos e históricos.”
Ao retornar ao Brasil, em 1929, após expor no Salão dos Independentes, no Grand Palais, ao lado da futurista Natalia Goncharova, Guignard tentou encontrar ambiente entre poetas (Murilo Mendes e companhia) e artistas com afinidade espiritual (como Ismael Nery). Bom retratista, pintou homens e mulheres da classe alta nos anos 1930 e 1940 – entre eles o das irmãs gêmeas Lea e Maura, sendo a primeira mãe do artista contemporâneo Tunga. A tela hoje pertencente ao Museu Nacional de Belas Artes.
Muitas instituições, além do museu carioca, cederam obras para a exposição, entre elas o MAM (de São Paulo e do Rio) e a Pinacoteca. Coleções particulares (Gilberto Chateaubriand, Roberto Marinho) também colaboraram. Entre as preciosidades destaca-se a versão de A família do fuzileiro, que tanto impressionou Mário de Andrade por sua “brasilidade”. (Estadão Conteúdo)
Guignard – A memória plástica do Brasil moderno
Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, portão 3, São Paulo. De terça-feira a domingo, das 10h às 17h30. Até 11 de setembro.