

“O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Pedro Bittencourt, tomou essa atitude e ainda vai levá-la ao pleno, formado por 120 desembargadores”, informou o secretário. Inicialmente, o Judiciário planejou construir salas de pleno no espaço onde fica o Klauss Vianna. A partir de estudos encomendados pelo TJMG, chegou-se à conclusão de que seria viável manter o teatro com acesso autônomo e construir um espaço próprio para atender à demanda da instituição.
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O imbróglio do Teatro Klauss Vianna se arrasta há pelo menos um ano. Em 2013, o imóvel foi declarado de utilidade pública e desapropriado em favor do TJMG. Depois disso, anunciou-se a mudança do Oi Futuro, que lá funcionava, para o Circuito Cultural da Praça da Liberdade, mas a transferência se inviabilizou devido a questões técnicas.
A iminência da demolição do teatro fez com que a classe artística, sobretudo na área da dança, se mobilizasse, promovendo manifestações e protestos. Paralelamente, foram realizadas audiências públicas na Assembleia Legislativa. “Mais uma vez, em Minas Gerais ganha o diálogo, mostrando que os poderes conversam”, afirmou o deputado Adalclever Lopes (PMDB), presidente da Assembleia. “Se não fosse a força do movimento dos artistas de BH e de Minas, nós todos estaríamos esmorecidos. Falta concluir a guerra, mas o esforço foi fundamental”, avaliou o vereador belo-horizontino Arnaldo Godoy.
“Antes tarde do que nunca. Finalmente ganhamos mais um prazo para que se faça justiça e esse fechamento seja definitivamente cancelado. O Teatro Klauss Vianna é um patrimônio da cidade e não pode ser fechado. A luta dos artistas foi fundamental, e isso deve ser ressaltado”, defendeu o fotógrafo Eugênio Sávio, coordenador do projeto Foto em pauta, realizado até ontem no espaço da Afonso Pena.
O bailarino e coreógrafo Tuca Pinheiro afirmou que sua trajetória artística é totalmente vinculada àquele palco. “Mais do que um espaço físico, o teatro representa o elo entre a pessoa e o pensamento de Klauss Vianna, com a sociedade civil e a classe artística”, disse Tuca, referindo-se ao aclamado coreógrafo mineiro, que morreu aos 64 anos, em 1992.
José Luiz Hallak, diretor de relações institucionais da Oi, garantiu a manutenção das atividades do Oi Futuro, mas ponderou que elas serão reprogramadas. A empresa espera um posicionamento definitivo do TJMG para dar continuidade a seu calendário no segundo semestre. A respeito do cancelamento da ida para o Circuito Cultural da Praça da Liberdade, Hallak informou que prosseguem as negociações com a prefeitura da capital para encontrar um espaço adequado para receber os equipamentos do centro cultural. Além do teatro, o Oi Futuro mantém dois museus.
Entenda o caso
Polêmica começou em 1983
. O antigo Teatro da Telemig, hoje Teatro Oi Futuro Klauss Vianna, foi construído como contrapartida à demolição do Cine Metrópole, no Centro de BH, em 1983. Artistas, intelectuais e a sociedade protestaram contra a venda do prédio para um banco.
. Em 2013, o imóvel onde funcionava a empresa Oi, na Avenida Afonso Pena, foi desapropriado e declarado de utilidade pública, seguindo acordo entre o governo estadual, a quem a Telemig era ligada, e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A empresa de telecomunicações deixou o prédio.
. Chegou a ser anunciada a transferência do Oi Futuro para o Palacete Dantas, no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, mas ela foi suspensa. O Teatro Oi Futuro Klauss Vianna, recentemente reformado, seria demolido para atender a demandas internas do tribunal. Agora, ele permanece no local. Os dois museus estão desativados.