O ator, dramaturgo e cronista Gregório Duvivier tem intimidade de longa data com Belo Horizonte. “Tenho família aí”, resume o bisneto de mineiro. Mas não é por isso que a cidade foi a escolhida para a estreia do primeiro espetáculo teatral do coletivo Porta dos Fundos. O que valeu foi a fama de exigente do belo-horizontino. “Vocês são sinceros”, completa ele.
Embora 'Portátil' seja a estreia oficial do grupo nos palcos, Duvivier trata a peça como uma volta às origens. Tanto ele quanto João Vicente de Castro e Luis Lobianco começaram a carreira ali. Nessa nova montagem, eles recebem o reforço de peso de Márcio Ballas, especialista na arte do palhaço e integrante da Cia. do Quintal.
O convite tem fundamento: o negócio de todo mundo é improvisar. Há pelo menos sete anos Ballas promove 'Jogando no quintal' com os colegas de grupo. Gregório, por sua vez, fez sucesso com o 'Z.É. Zenas Emprovisadas' ao lado de Fernando Caruso, Marcelo Adnet e Rafael Queiroga. A fórmula de 'Portátil' também é esta. A diferença é que, em vez de vários pequenos jogos de improvisação, o novo projeto se desenvolve em 60 minutos a partir de uma única história. Esse formato se chama long form. “É como se fosse um longa-metragem”, brinca. Quem oferece as chaves da trama é o público. “Escolhemos um voluntário para contar a história dele, resumindo a sua vida: quem são os pais, onde passou a infância, qual o seu sonho”, conta Gregório. O enredo da peça nasce daí.
Há uma estrutura a ser seguida, mas cada apresentação é uma surpresa. Foram dois meses de ensaios – por enquanto, com familiares, amigos e poucos convidados. “O que mais gosto no improviso é ali ser o lugar em que o ator cria. Sou apaixonado pela atuação, mas um dos problemas é o ator ser dependente do texto. A improvisação ensina a não depender disso”, explica Gregório.
Para o ator e cronista, essa técnica une o melhor dos mundos: interpretação e criação. “Basicamente, a coisa é ouvir a premissa e em seguida viver aquilo intensamente, sem pensar demais. O pensamento, às vezes, atrapalha. Mais importante é a presença, a inteireza, do que exatamente você se projetar demais no futuro”, afirma.
ESCRITA
Para Duvivier, o intérprete, na maioria das vezes, é um veículo para alguém dizer algo. Com o escritor é diferente. “Adoro o fato de poder me expressar. Poder dizer o que penso e tentar fazer alguma diferença”, diz. Segundo ele, o único problema é a solidão. “Se for comparar, o teatro é uma festa”, defende.
Seja qual plataforma for, outro ingrediente indispensável é o humor. “Assim como a poesia, ele é muito útil, porque nos ajuda a entender o mundo. Uma boa piada explica uma vida inteira”, acredita. Para Gregório, a busca pela graça gera aproximações menos viciadas. “O humor tenta um olhar novo sobre as coisas para compreendê-las melhor”, conclui.
MULTIMÍDIA
'Portátil' entra no cardápio do 'Porta dos Fundos' no ano que promete ser o mais multimídia do coletivo. Depois do sucesso no YouTube, do programa na televisão e de lançar livros, agora é a vez do teatro. Em 5 de novembro, será lançado o primeiro longa-metragem da trupe, 'Porta dos Fundos – O filme'.
PORTÁTIL
Neste sábado, às 21h; domingo, às 18h. Teatro Sesiminas. Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia, (31) 3889-2003. R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia).
Embora 'Portátil' seja a estreia oficial do grupo nos palcos, Duvivier trata a peça como uma volta às origens. Tanto ele quanto João Vicente de Castro e Luis Lobianco começaram a carreira ali. Nessa nova montagem, eles recebem o reforço de peso de Márcio Ballas, especialista na arte do palhaço e integrante da Cia. do Quintal.
O convite tem fundamento: o negócio de todo mundo é improvisar. Há pelo menos sete anos Ballas promove 'Jogando no quintal' com os colegas de grupo. Gregório, por sua vez, fez sucesso com o 'Z.É. Zenas Emprovisadas' ao lado de Fernando Caruso, Marcelo Adnet e Rafael Queiroga. A fórmula de 'Portátil' também é esta. A diferença é que, em vez de vários pequenos jogos de improvisação, o novo projeto se desenvolve em 60 minutos a partir de uma única história. Esse formato se chama long form. “É como se fosse um longa-metragem”, brinca. Quem oferece as chaves da trama é o público. “Escolhemos um voluntário para contar a história dele, resumindo a sua vida: quem são os pais, onde passou a infância, qual o seu sonho”, conta Gregório. O enredo da peça nasce daí.
Há uma estrutura a ser seguida, mas cada apresentação é uma surpresa. Foram dois meses de ensaios – por enquanto, com familiares, amigos e poucos convidados. “O que mais gosto no improviso é ali ser o lugar em que o ator cria. Sou apaixonado pela atuação, mas um dos problemas é o ator ser dependente do texto. A improvisação ensina a não depender disso”, explica Gregório.
Para o ator e cronista, essa técnica une o melhor dos mundos: interpretação e criação. “Basicamente, a coisa é ouvir a premissa e em seguida viver aquilo intensamente, sem pensar demais. O pensamento, às vezes, atrapalha. Mais importante é a presença, a inteireza, do que exatamente você se projetar demais no futuro”, afirma.
ESCRITA
Para Duvivier, o intérprete, na maioria das vezes, é um veículo para alguém dizer algo. Com o escritor é diferente. “Adoro o fato de poder me expressar. Poder dizer o que penso e tentar fazer alguma diferença”, diz. Segundo ele, o único problema é a solidão. “Se for comparar, o teatro é uma festa”, defende.
Seja qual plataforma for, outro ingrediente indispensável é o humor. “Assim como a poesia, ele é muito útil, porque nos ajuda a entender o mundo. Uma boa piada explica uma vida inteira”, acredita. Para Gregório, a busca pela graça gera aproximações menos viciadas. “O humor tenta um olhar novo sobre as coisas para compreendê-las melhor”, conclui.
MULTIMÍDIA
'Portátil' entra no cardápio do 'Porta dos Fundos' no ano que promete ser o mais multimídia do coletivo. Depois do sucesso no YouTube, do programa na televisão e de lançar livros, agora é a vez do teatro. Em 5 de novembro, será lançado o primeiro longa-metragem da trupe, 'Porta dos Fundos – O filme'.
PORTÁTIL
Neste sábado, às 21h; domingo, às 18h. Teatro Sesiminas. Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia, (31) 3889-2003. R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia).