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A análise foi realizada por peritos forenses da Universidade de Múrcia, na Espanha, e permitiu detectar “a presença de três tipos de proteínas nos restos do poeta”, que faleceu dias depois do golpe que derrubou o socialista Salvador Allende e instaurou a ditadura de Pinochet, em setembro de 1973.
Os dois primeiros grupos de proteínas estariam associados com o câncer de próstata avançado que sofria o poeta, sendo esta a causa oficial de sua morte, enquanto estava internado em uma clínica em Santiago, com planos de viajar para o México para comandar a partir do país vizinho a oposição a Pinochet.
Mas o terceiro grupo de proteínas bacterianas “é muito difícil de estabelecer ou excluir a presença de processo infeccioso agudo nas últimas horas da vida do poeta”, afirma o comunicado oficial do Judiciário chileno sobre a perícia que tem um caráter “reservado”.
O relatório oficial adverte, no entanto, que a “análise de dados requer uma dose apropriada de cautela, para evitar conclusões arriscadas na ausência de informações adicionais que nos faltam no momento”.
Os restos de Neruda foram submetidos a outras análises químicas que determinaram que sua morte estava ligada ao câncer de próstata.
Para conclusões finais, faltam ainda outros resultados de análise genética.
A investigação sobre a morte de Neruda começou em 2011, após seu ex-motorista assegurar que quando estava internado o poeta recebeu uma injeção que causou sua morte.
As dúvidas aumentaram quando ficou comprovado que a ditadura de Pinochet desenvolveu agentes químicos para o extermínio de opositores.