Livro autobiográfico do multiartista francês morto em 1963 ganha tradução brasileira

Lançamento será nesta terça-feira, acompanhado de palestra, leitura, exibição de filmes e festa temática ao longo da semana

por Mariana Peixoto 26/05/2015 08:15

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AFP
O artista francês Jean Cocteau em fotografia feita em 1957 diante de obra sua no Museu de Menton, no Sudeste da França (foto: AFP)
Jean Cocteau (1889-1963) foi muito tudo. Cineasta, poeta, escritor, dramaturgo, fotógrafo, envolveu-se com os principais movimentos de vanguarda do século 20 (cubismo, dadaísmo, surrealismo), relacionou-se com Picasso, Chanel, Satie, Genet.


No entanto, sua obra literária é pouco conhecida no Brasil. Dos vários livros que escreveu, somente dois foram editados no país na década de 1980 ('Ópio, diário de uma desintoxicação' e 'Tomaz, o impostor, ambos esgotados'). É neste cenário que A dificuldade do ser ('Autêntica Editora', 208 páginas, R$ 47) ganha sua primeira edição em português.

Publicado por Cocteau em 1947, o livro, de cunho memorialista, começou a ser escrito no ano anterior, pouco após o término das filmagens de 'A Bela e a Fera', seu filme mais conhecido. A tradução desta edição brasileira coube a Wellington Júnio Costa, que assumiu a empreitada durante a produção da dissertação 'Jean Cocteau: A construção do eu no cinema', na literatura e no desenho, defendida em 2013, na Faculdade de Letras da UFMG.

“Durante o mestrado, tive que analisar este livro muito profundamente e me dei conta de que precisaria traduzir todas as citações utilizadas na dissertação, porque não havia nenhuma tradução em português”, afirma Wellington.

De acordo com ele, 'A dificuldade do ser' é um livro que traz várias camadas de referência. “Cocteau mistura ficção e realidade. Ele segue uma linha de investigação com determinada referência e, no final, aquela referência é, na verdade, ficcional. Ou uma referência ficcional na verdade é um relato factual com roupagem diferente”, explica o tradutor.

Como Cocteau transitou em várias artes, o lançamento de 'A dificuldade do ser' é apenas um dos braços de uma programação que, desta quinta até sábado, vai lançar novas luzes sobre a obra do artista. No Cine 104, haverá exibição de filmes feitos por e sobre Cocteau; na UFMG, haverá palestras; no Café com Letras, leitura de sua obra e uma Noite Coctaliana, a exemplo do evento que o próprio Cocteau produzia no café Le boeuf sur le toit, em Paris.

SEMANA JEAN COCTEAU*

>> Terça

17h: Filme A Bela e a Fera (Cocteau, 1946)
19h: Filme Cocteau et compagnie (Jean-Paul Fargier, 2003, legenda em espanhol). Sessão seguida de debate e lançamento do livro A dificuldade de ser. Cine 104, Praça Rui Barbosa, 104


>> Quarta
17h: Filme Cocteau et compagnie;
19h: Filme Jean Cocteau, autorretrato de um desconhecido (Edgardo Cozarinsky, 1985); 20h30: Filme A Bela e a Fera. Cine 104


>> Quinta
14h: Palestra “A dificuldade de ser e outras artes”, com Wellington Júnio Costa. Faculdade de Letras da UFMG, Avenida Antônio Carlos, 6.627, sala 3055 A


>> Sexta
8h30: Palestra “Jean Cocteau: da vanguarda francesa ao cinema contemporâneo”, com Wellington Júnio Costa. Centro de Atividades Didáticas 2 (CAD 2) da UFMG, sala B413; 21h – Noite Coctaliana, com DJ Paco Pigalle. Café com Letras, Rua Antônio de Albuquerque, 781. R$ 3,50


>> Sábado
11h: Leitura de trechos do livro A dificuldade de ser, de Jean Cocteau. Café com Letras
* A programação tem entrada franca, à exceção da Noite Coctaliana, com couvert a R$ 3,50 por pessoa.

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