O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) anunciou, em nota oficial divulgada na noite de terça-feira, que as atividades do Teatro Oi Futuro Klauss Vianna, no alto da Avenida Afonso Pena, irão se encerrar no próximo dia 30 de junho.
De acordo com a assessoria do órgão, para que o teatro mantivesse as portas abertas depois da mudança do TJMG para o local, seria necessário reservar um espaço ainda maior do que o auditório, a ser aproveitado como rota de fuga e outras adaptações de segurança.
“Essa solução se mostra inviável para o tribunal, uma vez que demandaria a cessão de espaço destinado à instalação dos plenários para julgamento das câmaras”, prossegue a nota.
O eventual conflito entre atividades artísticas e o horário de funcionamento do TJMG também pesou na decisão, segundo o documento divulgado à imprensa.
“Seria inviável realizar no mesmo local as duas atividades: sessões de julgamento e apresentações artísticas, porque existe todo um trabalho de preparação e bastidores, tanto de uma atividade como da outra, que ocorrem em momentos anteriores à própria sessão ou apresentação”, justifica o texto.
O espaço surgiu no contexto de um protesto de artistas, em 1983, frente à perda do Cine Metrópole, na esquina das ruas da Bahia e Goiás, onde foi construída a sede de uma instituição financeira. Em contrapartida, foi construído no alto da Avenida Afonso Pena o espaço, originalmente batizado Teatro Telemig, que, com a privatização da estatal de telefonia, passou a se chamar Teatro Oi Futuro Klauss Vianna.
A desapropriação recente do prédio, que o governo do Estado cedeu para a nova sede do TJMG, culminou com o anúncio do fim das atividades artísticas no local. Desde outubro do ano passado o tribunal estudava a possibilidade de manter o teatro. Até anunciar, anteontem, o encerramento definitivo de suas atividades a partir de junho.
Ballet Jovem
Criado em 2007 pela Fundação Clóvis Salgado, o Ballet Jovem, projeto de formação de bailarinos, teve suas atividades encerradas em março devido à falta de recursos. Uma solução para a continuidade da iniciativa foi debatida anteontem por deputados que integram a Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A concessão de bolsas de estudo por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) seria uma alternativa para que o grupo, que conta com 32 integrantes, continuasse a existir. “Estamos em estudos para providenciar o pagamento de bolsas pela Fapemig, por meio de um projeto-piloto nesse final de ano para, a partir do ano que vem, funcionar com o projeto de residência Cefart em dança e teatro”, afirmou o presidente da FCS, Augusto Nunes-Filho.