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Grande fã dos Beatles desde os anos 1960, Mauri Kunnas não é idólatra: ele tira sarro de tudo, inventa fatos engraçados que nunca aconteceram e faz um trabalho iconoclasta e ao mesmo tempo reverente sobre os grupos. Uma dentadura assassina (homenagem ao personagem Jaws, de James Bond) persegue o guitarrista dos Stones graças a uma das mancadas do avarento Jacques Migger, ou Beiçudo.
O desenhista respondeu a algumas perguntas do jornal O Estado de S.Paulo - em finlandês (suas respostas foram traduzidas por Lilia Loman). Ele diz que acalentou o sonho de fazer a graphic novel por duas décadas e trabalhou dois anos para chegar ao resultado, e que agora planeja uma história sobre Yoko Ono e John Lennon (mais tarde, avisa, será a vez de Elvis e Dylan).
Admirador de Carl Barks, Charles Schulz e Bill Waterson, Kunnas também enumerou outras influências. “Na literatura infantil, um exemplo de minhas influências é Richard Scarry. Nas histórias em quadrinhos é Elzie Crisler Segarin, de Popeye.
A música também tem grande influência em meu processo criativo. Por exemplo, quando escrevi 'Aventuras no espaço' (Hedra Editora), ouvi a música de Paul McCartney, 'Venus and Mars'. A sensação de luminosidade dessa música torna o livro luminoso também, embora o espaço seja escuro. Quando eu estava ilustrando 'Papai Noel' (história inédita no Brasil, com mais de um milhão de cópias vendidas no mundo), ouvi o álbum de natal de Phil Spector.”
Também conta que nunca foi alvo de tentativas de cerceamento de seu trabalho por advogados dos grupos. “Ninguém criticou ou ficou chateado com o humor nos livros, os membros das bandas também têm/tinham senso de humor”, ponderou.
Kunnas também comentou os atentados recentes contra o jornal Charlie Hebdo em Paris e contra cartunistas na Dinamarca. “O trabalho de um caricaturista é criticar e ridicularizar. Porém zombar sem razão não é necessário. Neste caso, a reação dos islâmicos fundamentalistas é exagerada e condenável.”
“Sou um grande fã dos Beatles e frequentemente visito convenções de fãs, como por exemplo em Liverpool. Lá conheci excelentes bandas cover dos Beatles brasileiras. A que mais me impressionou foi a dupla Gleison Túlio e Keilla Jovi. Parece que há muitos fãs dos Beatles no Brasil. É uma pena que não pude ir ao Brasil para o lançamento do livro”, lamentou o cartunista, em mensagem a seus editores.
Mauri Kunnas tem 65 anos e nasceu em Vammala, no sudoeste da Finlândia, a cerca de 50 km da segunda maior cidade do país, Tampere. Já publicou mais de 40 livros em 36 países, vendendo cerca de 7 milhões de exemplares. Como Robert Crumb, também teve um irmão que desenhava e que ele considera genial, Matti. Mas o irmão não seguiu a carreira. “Matti conseguiu entrar na Faculdade de Direito, eu não consegui... Matti se tornou um advogado e eu me tornei um ilustrador”, conta. Tem duas filhas, Jenna e Noora. Jenna também é ilustradora, estudou na mesma faculdade do pai, a Taik (Escola de Arte e Design/ Aalto University). “Minhas filhas Jenna e Noora publicarão um livro neste outono, The Wacky Bunch and the Cabinet of Horrors”, revela.