

'Retina' estreou em Belo Horizonte em novembro de 2013. Caiu na estrada no ano passado. Esteve em quatro cidades do Nordeste (nos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba), em Manaus (AM) e este ano integrou a programação do janeiro de Grandes Espetáculos, em Recife. “O Retina anda rodando bem. Como é agradável a conectividade com outros públicos!”, comemora Marjorie Quast, diretora artística da companhia.
Segundo ela, mesmo que a coreografia tenha uma estrutura predeterminada, a montagem vai se adequando às reações vindas da plateia. “Vamos nos apropriando melhor da obra. Os bailarinos vão ficando mais íntimos (da coreografia)”, afirma.
Quando Retina estreou, se havia algo claro é que estavam criando um espetáculo focado no público jovem. Na prática, foi bem melhor do que isso. Marjorie Quast e seus companheiros de grupo estão se divertindo com a capacidade que o espetáculo tem de dialogar com outras faixas etárias. Na recente passagem por Recife, ao ver que um grupo de espectadoras mais velhas se acomodava próximo da caixa de som, a diretora achou que deveria alertá-las. “Cheguei e falei: a música é rock e não tem como ouvir baixo”, disse. Muitas mudaram de lugar, mas houve quem permanecesse e se divertisse com a potência.
INTERNACIONALIZAÇÃO Os planos do Camaleão para 2015 são internacionais. A companhia tenta viabilizar para o segundo semestre o convite do Dixon Place para se apresentar em Nova York. Além disso, até maio, os bailarinos vão se dedicar a uma residência artística com os profissionais da dança Omar Carrum (México) e Wladimir Rodriguéz (Colômbia). Eles participaram há alguns anos do projeto Horizontes Urbanos e lá começaram os contatos que – se tudo correr bem e a química entre os artistas funcionar – provavelmente darão origem a uma nova montagem.
RETINA
Com Camaleão Grupo de Dança. Cinco bailarinos às voltas com o excesso de informações. Teatro Bradesco. Sexta e sábado, às 20h. R$ 10 (Sinparc).