

Alguns títulos produzidos em 2014 devem cair no gosto dos leitores somente em 2015, quando a agenda de prêmios começar a eleger os melhores do ano, mas alguns títulos do gênero ficção merecem ser lembrados desde já. É o caso de 'Mil rosas roubadas', o retrato sincero e delicado do produtor Ezequiel Neves feito por Silviano Santiago, e 'Luzes de emergência se acenderão', de Luisa Gleiser, autora que tem traçado caminho na geração de jovens escritores.
Na seara das crônicas, o ano foi de novatos. Gregório Duvivier fez muita gente dar risada com 'Put some farofa' e Fernanda Torres reuniu as crônicas publicadas na Folha de S. Paulo em 'Sete anos'. Quem assina a orelha do livro da atriz — lembrando que “se o mundo fosse justo, Fernanda Torres escreveria mal” — é Antônio Prata, autor de 'Nu, de botas', outro que frequentou listas de finalistas de prêmios em 2014. Uma revelação no gênero foi Fabrício Corsaletti, com seu 'Ela me dá capim e eu zurro'. O poeta ficou à vontade na crônica e incorporou a prática.
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De outras terras vieram três bons candidatos a livros do ano. 'O capital no século XXI', do economista francês Thomas Piketty, chegou ao Brasil pela Intrínseca com tradução de Monica Baumgarten de Bolle depois de receber elogios de ganhadores do Nobel de economia.
No livro, Piketty demonstra que o livre mercado não promove distribuição de renda, como acreditava boa parte dos economistas do planeta, e que países desenvolvidos acumulam a riqueza do mundo apesar de seu baixo crescimento. Em linguagem bem acessível e distante do economês, o autor recorre até à cultura e à literatura para tratar do tema.

Da França veio o Nobel, concedido este ano a Patrick Modiano, espécie de memorialista da Segunda Guerra. Os livros do autor estavam esgotados na Rocco, que já acionou o prelo e vai relançar 'Ronda da noite', 'Uma rua de Roma' e 'Dora Bruder' em 2015. Um último (e lúdico) lançamento fez a felicidade de leitores de todas as idades. A japonesa Yayoi Kusama assina as ilustrações de uma encantadora versão de 'Alice no país das maravilhas', com nova tradução feita por Vanessa Bárbara. As bolinhas alucinadas da artista são o ambiente perfeito para a correria de Alice por terras alucinantes.