Adaptações nos quadrinhos de filmes e séries de TV ganham força

Dexter, Revenge e outros títulos viram HQ

por Correio Braziliense 23/10/2014 17:14

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Divulgação
A saga de Guerra nas estrelas passou pelo cinema, pela televisão e também pelas revistas gráficas (foto: Divulgação)
Super-homem, Batman, Capitão América, Homem-Aranha, Vingadores são alguns dos heróis que migraram dos quadrinhos para o cinema ou para a televisão. No entanto, o caminho contrário começa a ganhar cada vez mais força. Personagens saem das telas e entram nas páginas das revistas. Nos últimos meses, alguns lançamentos movimentaram o mundo das adaptações.

Entre eles, está o psicopata Dexter que, depois de habitar o mundo da literatura e das séries, chega ao universo dos quadrinhos no Brasil. A adaptação é uma história inédita — escrita pelo criador do assassino, Jeff Lindsay — publicada em edição de 120 páginas. Nelas, novos ângulos do psicopata são revelados ao público.

Darth Vader, Luke Skywalker, C3PO e todos os outros clássicos personagens de Star Wars também estão de volta. Os heróis intergalácticos chegam às bancas nas revistas Star Wars – Legends, que narra os eventos que aconteceram logo depois do fim das batalhas no espaço narradas na hexalogia de George Lucas. A guerra nas estrelas também ganha versão de gala, com a coleção Comics Star Wars, que, em 70 volumes — lançados a cada 15 dias até o 16º volume e semanalmente a partir do 17º — relembra episódios conhecidos e novidades da saga.

Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em quadrinhos, o professor Waldomiro Vergueiro acredita que essas adaptações fazem parte de um movimento de intersecção entre variados tipos de mídia — nesse caso, cinema, tevê e HQs. Para ele, apesar de isso ser positivo, é preciso estar atento às diferentes linguagens narrativas. Em outras palavras, aquilo que funciona em produções audiovisuais pode falhar nos quadrinhos. “O mesmo ocorre quando se faz o caminho inverso, é claro. Além disso, trata-se de públicos diferentes, que podem ter interesses distintos”, explica.

Mundos distintos

O editor e professor de Comunicação Social Henrique Magalhães alerta para as especificidades de cada mídia. “Com os recursos atuais, não há mais limites para a criatividade e a invenção no cinema, desde que tenha uma boa história para contar. Há filmes que acabam virando livros, e isso, às vezes, gera um reducionismo.”

A leitura pode proporcionar um ritmo distinto e mais aberto à intervenção do público. “Os quadrinhos têm a vantagem do ritmo de leitura, que depende de cada pessoa, enquanto o cinema usa a exibição linear”, conclui Henrique Magalhães.

Nos EUA, outras produções audiovisuais também chegaram ao universo das HQs. Orphan black, Revenge e Once upon a time são exemplos de séries que foram lançadas recentemente ou serão em breve. Uma continuação do filme Edward, mãos de tesoura, clássico de Tim Burton protagonizado por Johnny Depp, também ganha o mundo das HQs em terras americanas. A partir deste mês, cinco revistas darão prosseguimento à história contada no longa-metragem.

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