Além de bom contista e mestre nos diálogos, o escritor mineiro Luiz Vilela tem fama de recluso, de ser avesso a entrevistas e badalações em geral. Mesmo assim, atraiu público (pequeno) à Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, em Belo Horizonte, para o lançamento de seus livros A feijoada e outros contos (Sesi-SP Editora) e Você verá (Record). Antes da sessão de autógrafos (da qual não escapou), participou de bate-papo, que se mostrou boa oportunidade de ouvi-lo.
Tinha gente de Ituiutaba (onde nasceu) e vários escritores que moram em BH, sendo que de um deles partiu a primeira pergunta. Branca Maria de Paula queria saber como ele teve a ideia de seu próximo livro, cujo título intrigante é O filho de Machado de Assis. Mineiramente, Vilela respondeu que “sinceramente, não se lembrava”. E aproveitou para informar que a Record, que publicará a obra, reeditará quase todos os seus livros.
O padrão mineiro para respostas se repete quando um homem sentado na primeira fila pede que o escritor comente o conto O buraco, sobre o qual tem grande curiosidade. Foi um tanto desconcertante ouvir a resposta: “Certas coisas não dá para explicar, cada um deve encontrar ali um sentido. Nem para mim mesmo tenho respostas muito claras. Não escrevo de maneira consciente, planejada. O que me interessa é escrever a história e não ficar mais pensando nela. Sinto muito, mas é o que posso dizer”.
Deitado Mas nem só de escapulidas foi feito o bate-papo. Muito pelo contrário. As perguntas sobre seu processo criativo revelaram informações interessantes. A primeira delas impressiona: Vilela escreve tudo à mão, seja um conto, seja um romance de centenas de páginas. Uma vez que termina de escrever, faz questão de ler tudo em voz alta. “É estafante, quase enlouquecedor. Às vezes só percebo erros ao fazer isso”, conta. E revela fazer isso alternando meticulosamente três posições: em pé, sentado e deitado.
O homem que perguntou sobre O buraco pede novamente o microfone e, desta vez, quer saber da relação do autor com a crítica literária. Vilela esclarece que, positiva ou negativa, ela não lhe tira o sono. O autor aproveita para emendar um desabafo sobre as análises feitas em universidades sobre sua obra. Para ele, há muita teoria e pouca análise. “Salvo honrosas exceções, são feitas interpretações malucas, ‘viajam’ no texto. É preciso mudança radical nas universidades”, diz.
Depois de morar em São Paulo, nos Estados Unidos e na Espanha, o escritor resolveu voltar para sua cidade natal, fato que despertou a curiosidade da plateia. Vilela já esperava por isso, mas não deixou de responder com bom humor: “Costumo dizer que voltei porque gosto de pescar. Além disso, meus pais ainda moravam em Ituiutaba e lá eu encontrei muito tempo para escrever, com menos dispersão. O trabalho rende mais. Fico mais no meu canto, eu que já sou meio bicho do mato mesmo”.
Tinha gente de Ituiutaba (onde nasceu) e vários escritores que moram em BH, sendo que de um deles partiu a primeira pergunta. Branca Maria de Paula queria saber como ele teve a ideia de seu próximo livro, cujo título intrigante é O filho de Machado de Assis. Mineiramente, Vilela respondeu que “sinceramente, não se lembrava”. E aproveitou para informar que a Record, que publicará a obra, reeditará quase todos os seus livros.
O padrão mineiro para respostas se repete quando um homem sentado na primeira fila pede que o escritor comente o conto O buraco, sobre o qual tem grande curiosidade. Foi um tanto desconcertante ouvir a resposta: “Certas coisas não dá para explicar, cada um deve encontrar ali um sentido. Nem para mim mesmo tenho respostas muito claras. Não escrevo de maneira consciente, planejada. O que me interessa é escrever a história e não ficar mais pensando nela. Sinto muito, mas é o que posso dizer”.
Deitado Mas nem só de escapulidas foi feito o bate-papo. Muito pelo contrário. As perguntas sobre seu processo criativo revelaram informações interessantes. A primeira delas impressiona: Vilela escreve tudo à mão, seja um conto, seja um romance de centenas de páginas. Uma vez que termina de escrever, faz questão de ler tudo em voz alta. “É estafante, quase enlouquecedor. Às vezes só percebo erros ao fazer isso”, conta. E revela fazer isso alternando meticulosamente três posições: em pé, sentado e deitado.
O homem que perguntou sobre O buraco pede novamente o microfone e, desta vez, quer saber da relação do autor com a crítica literária. Vilela esclarece que, positiva ou negativa, ela não lhe tira o sono. O autor aproveita para emendar um desabafo sobre as análises feitas em universidades sobre sua obra. Para ele, há muita teoria e pouca análise. “Salvo honrosas exceções, são feitas interpretações malucas, ‘viajam’ no texto. É preciso mudança radical nas universidades”, diz.
Depois de morar em São Paulo, nos Estados Unidos e na Espanha, o escritor resolveu voltar para sua cidade natal, fato que despertou a curiosidade da plateia. Vilela já esperava por isso, mas não deixou de responder com bom humor: “Costumo dizer que voltei porque gosto de pescar. Além disso, meus pais ainda moravam em Ituiutaba e lá eu encontrei muito tempo para escrever, com menos dispersão. O trabalho rende mais. Fico mais no meu canto, eu que já sou meio bicho do mato mesmo”.