Os gêmeos Luan Henrique e Luiz Felipe, de 8 anos, nunca foram a uma exposição no Palácio das Artes. Mas a mãe deles, Eliene Graziela, manicure no Bairro Santo André, admite a hipótese de levá-los para ver 'Arte à primeira vista: páginas de uma história', que será aberta neste sábado, na Galeria Alberto da Veiga Guignard. Afinal, trata-se da primeira mostra montada no espaço especialmente para o público infantil, com direito a atividades educativas.
Curiosos com o conjunto de imagens criado por Regina Silveira, feitas com diagramas de bordados em ponto de cruz, Luan e Luiz observavam a única obra inédita de Arte à primeira vista... afixada nos vidros da fachada do Palácio das Artes.
Regina e Frans Krajcberg, polonês naturalizado brasileiro, são os únicos autores vivos da mostra de arte contemporânea. Os outros são a mineira Lygia Clark (1920-1988); Mira Schendel (1919-1988), suíça radicada no Brasil; o paulista Geraldo de Barros (1923-1998); e o cearense Leonilson (1957-1993).
Iniciativa das curadoras paulistas Valquíria Prates e Renata Sant’Anna, a mostra é produto da coleção de livros que a dupla começou a publicar pela Editora Paulinas em 2005. O quinto volume, que acaba de sair, é dedicado a Mira Schendel. Os anteriores abordaram as obras de Krajcberg, Leonilson, Lygia e Regina.
Reunidos pela primeira vez em uma coletiva, os artistas têm 86 obras expostas em BH. Cerca de 30 são de Leonilson. “O objetivo é mostrá-las e suscitar conversas sobre arte e vida”, diz Valquíria, ao justificar a ideia de que a criança pode, sim, entrar de igual para igual com os adultos em mostras de arte contemporânea. Afinal, elas também questionam a existência.
Temas como a finitude da vida estão presentes em obras como as de Leonilson, cuja trajetória mudou radicalmente depois de ter descoberto, aos 33 anos, que era soropositivo. “O trabalho dele sempre foi autobiográfico, mas com a doença entra um dado novo: o reconhecimento de que a vida tem uma duração”, explica Valquíria, salientando que a arte parte do individual para questões universais.
“Enquanto Leonilson apresenta trabalho delicado, que remete à vida diante da morte, Frans Krajcberg comparece com esculturas de grande dimensão, uma obra de protesto e em defesa da natureza”, compara Renata Sant’Anna, na expectativa de que o público infantil perceba as diferentes formas como a arte contemporânea trata a relação entre arte e vida.
Além de Bordadura, exposta na fachada da galeria, Regina Silveira apresenta a instalação Mundus admirabillis e Rerum naturae, em vinil adesivo, porcelana sobrevidrada e linho bordado sobre mesa, considerada um “conto de fadas aterrorizante”.
ARTE À PRIMEIRA VISTA: PÁGINAS DE UMA HISTÓRIA
De sábado a 9 de novembro. Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. De terça-feira a sábado, das 9h30 às 21h; domingo, das 16h às 21h. Em outubro, atividades educativas serão oferecidas na Galeria Arlinda Corrêa Lima. Informações: (31) 3236-7400.
AULA DE ARTE
A meninada e seus familiares contarão com ateliê educativo especialmente montado na Galeria Arlinda Corrêa Lima, que vai oferecer visitas mediadas e oficinas. Objetos especiais foram produzidos para o público. O bibliobancos, por exemplo, tem almofadinhas e outros confortos. Dispositivos instalados ao longo do espaço estão diretamente ligados à obra de cada artista. O projeto expográfico, assinado pelo arquiteto Ricardo Amado, inclui sala para a exibição de filmes e vídeos.
Curiosos com o conjunto de imagens criado por Regina Silveira, feitas com diagramas de bordados em ponto de cruz, Luan e Luiz observavam a única obra inédita de Arte à primeira vista... afixada nos vidros da fachada do Palácio das Artes.
Regina e Frans Krajcberg, polonês naturalizado brasileiro, são os únicos autores vivos da mostra de arte contemporânea. Os outros são a mineira Lygia Clark (1920-1988); Mira Schendel (1919-1988), suíça radicada no Brasil; o paulista Geraldo de Barros (1923-1998); e o cearense Leonilson (1957-1993).
Iniciativa das curadoras paulistas Valquíria Prates e Renata Sant’Anna, a mostra é produto da coleção de livros que a dupla começou a publicar pela Editora Paulinas em 2005. O quinto volume, que acaba de sair, é dedicado a Mira Schendel. Os anteriores abordaram as obras de Krajcberg, Leonilson, Lygia e Regina.
Reunidos pela primeira vez em uma coletiva, os artistas têm 86 obras expostas em BH. Cerca de 30 são de Leonilson. “O objetivo é mostrá-las e suscitar conversas sobre arte e vida”, diz Valquíria, ao justificar a ideia de que a criança pode, sim, entrar de igual para igual com os adultos em mostras de arte contemporânea. Afinal, elas também questionam a existência.
Temas como a finitude da vida estão presentes em obras como as de Leonilson, cuja trajetória mudou radicalmente depois de ter descoberto, aos 33 anos, que era soropositivo. “O trabalho dele sempre foi autobiográfico, mas com a doença entra um dado novo: o reconhecimento de que a vida tem uma duração”, explica Valquíria, salientando que a arte parte do individual para questões universais.
“Enquanto Leonilson apresenta trabalho delicado, que remete à vida diante da morte, Frans Krajcberg comparece com esculturas de grande dimensão, uma obra de protesto e em defesa da natureza”, compara Renata Sant’Anna, na expectativa de que o público infantil perceba as diferentes formas como a arte contemporânea trata a relação entre arte e vida.
Além de Bordadura, exposta na fachada da galeria, Regina Silveira apresenta a instalação Mundus admirabillis e Rerum naturae, em vinil adesivo, porcelana sobrevidrada e linho bordado sobre mesa, considerada um “conto de fadas aterrorizante”.
ARTE À PRIMEIRA VISTA: PÁGINAS DE UMA HISTÓRIA
De sábado a 9 de novembro. Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. De terça-feira a sábado, das 9h30 às 21h; domingo, das 16h às 21h. Em outubro, atividades educativas serão oferecidas na Galeria Arlinda Corrêa Lima. Informações: (31) 3236-7400.
AULA DE ARTE
A meninada e seus familiares contarão com ateliê educativo especialmente montado na Galeria Arlinda Corrêa Lima, que vai oferecer visitas mediadas e oficinas. Objetos especiais foram produzidos para o público. O bibliobancos, por exemplo, tem almofadinhas e outros confortos. Dispositivos instalados ao longo do espaço estão diretamente ligados à obra de cada artista. O projeto expográfico, assinado pelo arquiteto Ricardo Amado, inclui sala para a exibição de filmes e vídeos.