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“Ainda estamos em risco, seja por conta de qualquer religião. A história está se repetindo e as pessoas estão matando por causa da fé. Há professores de história que chegam ao museu e dizem que a inquisição nunca existiu”, afirma Guimarães. Apesar de estar ligado à Associação Brasileira dos Descendentes de Judeus da Inquisição e do fato de cerca de 80% das vítimas da Inquisição serem judias, o museu não representa nenhuma religião específica.
MINAS
Para os interessados em história e os que desconhecem os desdobramentos da inquisição no Brasil, a visita ao museu é programa interessante. Pequeno e organizado, o espaço conta com 541 peças, entre livros antigos, objetos e documentos originais, reproduções de pinturas e réplicas de equipamentos de tortura em tamanho real. Entre os destaques, um fragmento do rolo da Torá, livro sagrado dos judeus, com idade estimada em pelo menos 400 anos.
O acervo disponibilizado no museu pertence à coleção particular do seu diretor, que a iniciou há 25 anos. As peças mais valiosas, como objetos e livros centenários, foram compradas por ele em antiquários em Israel e em leilões na internet – todas contam com certificados de autenticidade. No local, o visitante também pode pesquisar em computadores os sobrenomes das vítimas da inquisição e ter acesso à biblioteca sobre o tema.
“Esse museu é resultado da análise de 1 mil processos que estão no Arquivo Nacional Torre do Tombo, em Portugal. Estima-se que os processos guardados lá cheguem a 40 mil”, afirma Magalhães. Um dos planos do diretor é conseguir digitalizar o máximo possível de livros antigos da instituição, para estimular e facilitar a consulta sem comprometer a integridade dos mesmos.
Museu da História da Inquisição
Rua Cândido Naves, 55, Bairro Ouro Preto, na Pampulha. (31 ) 2512-5194. Informações: www.museudainquisicao.org.br.