Mineiro de Boa Esperança, sul do estado, Rubem Alves soube encantar o mundo com suas histórias infantis, além de dar enorme contribuição para o cenário acadêmico e educacional com publicações as áreas de teologia, psicanálise, sociologia, filosofia e educação. O escritor faleceu neste sábado, 19, em decorrência de complicações renais, deixando um currículo invejável e mais de 160 títulos publicados e distribuídos em 12 países. O teólogo deixa também três filhos: Sérgio, Marcos e Raquel.
Relembre as obras de Rubem Alves, que publicou mais de 160 títulos em vida
Formou-se Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, e em seguida Mestre na mesma disciplina pelo Union Theological Seminary, em Nova York. Considerado subversivo pela Igreja Presbiteriana, foi perseguido na época da ditadura militar, se mudando para os EUA. Lá, tornou-se Doutor em Filosofia, pelo Princeton Theological Seminary.
Como professor, lecionou no no Instituto Presbiteriano Gammon, na cidade de Lavras, Minas Gerais, no Seminário Presbiteriano de Campinas, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro e na Universidade Estadual de Campinas, onde recebeu o título de Professor emérito. Ainda na UNICAMP, foi eleito representante dos professores titulares junto ao Conselho Universitário, no período de 1980 a 1985, Diretor da Assessoria de Relações Internacionais de 1985 a 1988 e Diretor da Assessoria Especial para Assuntos de Ensino de 1983 a 1985.
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Além de teses, dissertações e monografias, Alves também conseguiu êxito na publicação de crônicas, ensaios e contos, e especialmente na literatura infantil, contabilizando quase trinta títulos do gênero, como 'A menina, a gaiola e a bicicleta' e 'A boneca de pano'.
Após sua aposentadoria, o escritor investiu na construção de um restaurante na cidade de Campinas, para colocar em prática sua paixão pela gastronomia. No local ainda eram ministrados cursos de cinema, pintura e literatura. A cidade paulista acabou se tornando a segunda casa do mineiro, que ocupou uma cadeira na Academia Campinense de Letras e foi condecorado com o título de cidadão-honorário do município, onde também recebeu a medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura.
O teólogo também criou ao lado de sua família o Instituto Rubem Alves, associação aberta, sem fins lucrativos e de interesse publico que surgiu com o objetivo de ser um marco na educação, através do desenvolvimento de programas inovadores e alternativos. Um dos projetos desenvolvidos pelo Instituto é o Clube do Saber, que visa manter vivo o patrimônio intelectual e cultural do autor, além de aproximar o público das obras de Rubem Alves através da exposição permanente de seu acervo. Saiba mais no site oficial do projeto.