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"Pesquisadores e curadores de Harvard analisaram a encadernação utilizando vários métodos diferentes. Segundo o curador de livros raros Alan Puglia, as provas demonstram com 99% de certeza que a encadernação é de origem humana", diz o texto. A descoberta não é nada mais do que uma confirmação, já que o próprio Houssaye (1815-1896) deixou uma nota manuscrita no interior do livro em que explicava que a obra estava encapada com "pele humana apergaminhada".
"Um livro sobre a alma humana merecia ter uma vestimenta humana", justificou o escritor francês, autor de vários romances, poesia e obras de crítica de arte. Segundo Cole, Houssaye ofereceu "Destinos da alma" ao amigo Ludovic Bouland, que o encadernou "com pele do cadáver não reclamado de uma doente mental que morreu de um ataque".
As amostras examinadas pelo especialistas de Harvard foram retiradas de várias partes da capa, lombada e contracapa do livro e analisadas mediante a técnica de rastro peptídico (PMF, na sigla em inglês), que coincidiu com a referência humana e permitiu eliminar a possibilidade de que se tratasse de outros materiais de encadernação, como a pele de ovelha, cabra ou gado. A Biblioteca Houghton é a principal de Harvard para livros raros e manuscritos.