A cidade mostrada nas telas é múltipla em suas cores e na composição que marca e delimita volumes, linhas e espacialidades da paisagem construída. As telas têm ora a vibração do movimento das ruas, ora a placidez dos pássaros nos fios de energia. Alternam o corte brusco das cercas de arame, os espaços sobrepostos em viadutos com a pulsação da vida da metrópole contaminada e determinada por elementos em permanente construção.
Virginia percorreu longo e diverso caminho até se tornar artista plástica. A vocação, que se manifestou muito cedo, ainda na infância, deu lugar, no fim do ensino médio, a outra escolha, a medicina. E assim, durante mais de 20 anos, exerceu, com sucesso, a carreira de médica anestesista. Em 2002, recebeu um presente inesperado, que se transformou na centelha que ilumina a artista que vivia à sombra da médica: telas, cavalete, pincéis, tintas, palhetas, papéis de desenho, caixas de grafites diversos, tudo isso embrulhado para presente. A partir de então, o tempo dedicado à medicina foi reduzindo progressivamente. A artista já se prepara para outra exposição, na galeria do BDMG, em outubro deste ano, com a artista Renata Laguardia.
Olhar sobre Paisagem
Abertura quarta-feira, às 19h, de mostra de trabalhos de Virginia Braccini. Espaço Cultural Banco Central, Av. Álvares Cabral, 1.605, térreo. Até dia 24, de segunda a sexta, das 9h às 17h.