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Logo no prólogo, Nell brinca com a frase mais famosa do personagem: “Ser ou não ser, eis a questão”. A partir dessa inversão acompanhamos a transformação do menino abalado pela morte do pai, pelo rápido casamento da mãe com o tio e pelas primeiras confusões amorosas, no homem cruel – e extremamente violento – em busca do que para ele é justiça. A adaptação de Steffen Sünkel para o texto clássico valoriza esse processo de “amadurecimento”.
É impressionante como o Berliner Ensemble domina com precisão todos os elementos da montagem. Do elenco – impecável – à movimentação no palco, aos gestos, à iluminação e demais recursos cênicos que maneja. Não tem nada simples. A trilha sonora é executada ao vivo pela dupla Apples in Space. Na parte técnica, sai fumaça da roupa do rei fantasma, jorra sangue da parede, papéis voam pelo palco e tudo roda. O cenário é composto por paredes que se deslocam por controle remoto em todo o espaço cênico. No entra e sai de gente, no mexe e remexe, nada parece gratuito. É uma coreografia milimétrica que envolve o espectador ao longo das quase 3h40 de encenação.
O Hamlet do Berliner Ensemble é daqueles espetáculos que deixam imagens marcadas na mente para sempre. No programa entregue no teatro, o grupo diz considerar o convite para se apresentar em Belo Horizonte como uma abertura não oficial da Copa do Mundo. Se ainda vale a brincadeira com o futebol, eis, até agora, o golaço do Fit-2014.