A percepção de várias linguagens artísticas. Essa é a proposta da exposição 'O olhar: do íntimo ao relacional', que será aberta hoje, no Museu de Arte da Pampulha (MAP). O curador e historiador Rodrigo Vivas explica que a mostra destaca a passagem do contemplativo ao interativo, permitindo perceber o objeto de arte a partir da transferência de uma experiência privada para o ambiente contextualizante. Tais questões se desenvolvem a partir de peças pertencentes aos museus da Pampulha, Abílio Barreto e Mineiro. Todos eles ficam em BH.
A exposição traz quatro grandes núcleos. “Desejo” destaca a recuperação de experiências mais íntimas a partir do jogo entre imagem e espaço. “Melancolia” se volta para “um olhar deslocado e com temporalidades fundidas”, explica Rodrigo Vivas. “Contaminação” destaca construções e projeções que saltam da imaginação e se materializam em obras artísticas. Por sua vez, “Vertigem” propõe a busca expandida, sem limites ou molduras, cuja potencialidade reverbera nas formas do MAP.
As obras conduzem à interpretação do olhar como atuante sobre o espaço, recriando a paisagem para além de ambientes conhecidos. Rodrigo Vivas explica que o conjunto remete ao que foi criado e armazenado em Minas Gerais nos últimos 100 anos. A grande diversidade estilística e de intenções marca as coleções. “Há vários momentos. Eles são independentes uns dos outros”, observa o curador.
Tal situação alude, às vezes, ao impacto de modismos. A exposição chama a atenção para os acervos belo-horizontinos. Pode-se perceber a falta de seleção do que se guarda e também a carência de mais pesquisa e estudo sobre obras e artistas que os integram. “O resultado é a falta de coerência interna, bem como a indefinição quanto aos próximos passos que podem ser dados”, argumenta Rodrigo Vivas.
Pesquisa De acordo com o curador, mais estudos trariam maior clareza sobre a produção de arte em Minas Gerais, pois possibilitariam conhecimento mais aprofundado das coleções. Vivas adverte: esse contexto não significa que as obras reunidas sejam ruins. “Pelo contrário. A maioria é boa”, garante o curador, citando trabalhos de Anibal Mattos (1886-1969) e de Belmiro de Almeida (1858-1935), autor do quadro 'A má notícia', que ganhou o prêmio principal no Salão Nacional de Belas Artes, em 1897. Ambos pertencem ao Museu Mineiro.
Rodrigo Vivas destaca também o panorama 'Curral del-Rei' (1910), de Olinto Belém, pertencente ao Museu Histórico Abílio Barreto. “É o primeiro olhar sobre o Curral del-Rei e a cidade emergente, o que dá à obra valor histórico muito significativo”, explica. De acordo com ele, a melhor coleção vem do Museu de Arte da Pampulha. Autores com bons trabalhos nesse acervo são Décio Noviello, Sérgio Nunes, Cildo Meireles e de Regina Silveira, entre outros.
O OLHAR: DO ÍNTIMO AO RELACIONAL
Obras dos acervos dos museus de Arte da Pampulha, Abílio Barreto e Mineiro. Abertura nesta quarta-feira, às 19h. Museu de Arte da Pampulha, Avenida Otacílio Negrão de Lima, 15.585, Pampulha, (31) 3277-7946. De terça-feira a domingo, das 9h às 18h30. Até 3 de julho.
A exposição traz quatro grandes núcleos. “Desejo” destaca a recuperação de experiências mais íntimas a partir do jogo entre imagem e espaço. “Melancolia” se volta para “um olhar deslocado e com temporalidades fundidas”, explica Rodrigo Vivas. “Contaminação” destaca construções e projeções que saltam da imaginação e se materializam em obras artísticas. Por sua vez, “Vertigem” propõe a busca expandida, sem limites ou molduras, cuja potencialidade reverbera nas formas do MAP.
As obras conduzem à interpretação do olhar como atuante sobre o espaço, recriando a paisagem para além de ambientes conhecidos. Rodrigo Vivas explica que o conjunto remete ao que foi criado e armazenado em Minas Gerais nos últimos 100 anos. A grande diversidade estilística e de intenções marca as coleções. “Há vários momentos. Eles são independentes uns dos outros”, observa o curador.
Tal situação alude, às vezes, ao impacto de modismos. A exposição chama a atenção para os acervos belo-horizontinos. Pode-se perceber a falta de seleção do que se guarda e também a carência de mais pesquisa e estudo sobre obras e artistas que os integram. “O resultado é a falta de coerência interna, bem como a indefinição quanto aos próximos passos que podem ser dados”, argumenta Rodrigo Vivas.
Pesquisa De acordo com o curador, mais estudos trariam maior clareza sobre a produção de arte em Minas Gerais, pois possibilitariam conhecimento mais aprofundado das coleções. Vivas adverte: esse contexto não significa que as obras reunidas sejam ruins. “Pelo contrário. A maioria é boa”, garante o curador, citando trabalhos de Anibal Mattos (1886-1969) e de Belmiro de Almeida (1858-1935), autor do quadro 'A má notícia', que ganhou o prêmio principal no Salão Nacional de Belas Artes, em 1897. Ambos pertencem ao Museu Mineiro.
Rodrigo Vivas destaca também o panorama 'Curral del-Rei' (1910), de Olinto Belém, pertencente ao Museu Histórico Abílio Barreto. “É o primeiro olhar sobre o Curral del-Rei e a cidade emergente, o que dá à obra valor histórico muito significativo”, explica. De acordo com ele, a melhor coleção vem do Museu de Arte da Pampulha. Autores com bons trabalhos nesse acervo são Décio Noviello, Sérgio Nunes, Cildo Meireles e de Regina Silveira, entre outros.
O OLHAR: DO ÍNTIMO AO RELACIONAL
Obras dos acervos dos museus de Arte da Pampulha, Abílio Barreto e Mineiro. Abertura nesta quarta-feira, às 19h. Museu de Arte da Pampulha, Avenida Otacílio Negrão de Lima, 15.585, Pampulha, (31) 3277-7946. De terça-feira a domingo, das 9h às 18h30. Até 3 de julho.