Prestes a iniciar o terceiro ano de trabalhos, o projeto Janela de Dramaturgia mostra que ainda tem muito a oferecer. O percurso até aqui não foi tímido. Da ideia inicial de fomentar a dramaturgia local e, principalmente, apresentar quem são as pessoas que se dedicam a esse ofício na cidade, já são pelo menos três montagens de textos revelados no Teatro Espanca!, a casa do projeto.
O solo Get out!, de Assis Benevenuto, por exemplo, foi lido pela primeira vez no Janela de Dramaturgia. O mesmo se deu com Fábrica de nuvens, de Daniel Toledo, e Isso é para dor, de Byron O’neill. Anã Marron, texto de Marcos Coletta, também apresentado primeiro na primeira edição do projeto, está prestes a estrear na Funarte.
A partir de hoje, a nova temporada chega para reafirmar essa frente. Até setembro, serão apesentados 12 textos teatrais inéditos. Em cada um dos encontros mensais, serão duas leituras, seguidas de debates conduzidos por críticos/provocadores. Serão apresentados textos de Marco Túlio Zerlotini e Wester de Castro (maio); Juarez Dias e Wesley Marchiori (junho); Júlio Vianna e Vinícius Souza (julho); Daniel Toledo e Glauce Guima/Júnia Pereira (agosto); e Luísa Bahia e Raysner de Paula (setembro).
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No fim de semana de abertura, Diogo Liberano (RJ) vai ler o inédito texto O narrador, de sua autoria, e Diones Camargo (RS) apresentará ao público mineiro Frames – um ensaio para R. W. Fassbinder. Leonardo Moreira, diretor da Cia. Hiato, não fará propriamente uma leitura, mas vai compartilhar as inquietações e ideias que tem sobre a dramaturgia contemporânea.
“Quando começamos, não tínhamos certeza de nada, nem se teria público para isso. Mas o Janela aconteceu. Hoje, precisamos organizar melhor o conceito do projeto. Trabalhamos em três frentes”, afirma Vinicius. Além da divulgação de novos autores e textos de BH, o projeto procura estimular a escrita e fomentar uma discussão sobre a dramaturgia do presente.
O plano, segundo Vinicius Souza, é publicar ainda este ano as peças lidas nas duas primeiras edições do Janela de Dramaturgia. Ainda não se sabe quantos volumes serão e como vão ser lançados. O certo é que por uma demanda do próprio público há o desejo de materialização do projeto. “Ainda não discutimos formato e em que circunstâncias isso vai ocorrer. O objetivo é lançar em setembro. É uma forma de suprir uma carência de publicações de textos teatrais e, de certa forma, fechar um ciclo”, afirma Vinicius Souza.
• PROGRAMAÇÃO
• Sábado
16h – Roda de conversa: Como você faz? Processos criativos em dramaturgia. Debatedores: Diogo Liberano (RJ), Eid Ribeiro (MG) e Marina Viana (MG). Mediadora: Luciana Romagnolli
18h – Leitura de texto: O narrador, de Diogo Liberano (RJ)
20h – Exposição de ideias com Leonardo Moreira (SP)
Convidado para escrita de crítica: Henrique Vertchenko
• Domingo
16h – Roda de conversa: Como você faz? Processos criativos em dramaturgia. Debatedores: Assis Benevenuto (MG), Diones Camargo (RS) e Lígia Souza Oliveira (PR). Mediadora: Luciana Romagnolli
18h – Roda de conversa: Onde está o espectador?
O espectador no processo de criação dramatúrgica. Debatedores: Leonardo Lessa (MG), Luiz Carlos Garrocho (MG) e Rita Gusmão (MG). Mediadora: Luciana Romagnolli
20h – Leitura de texto: Frames – um ensaio para
R. W. Fassbinder, de Diones Camargo (RS)
Convidado para escrita de crítica: Henrique Vertchenko
. Centoequatro, Praça Rui Barbosa, 104, Centro. Entrada franca. Informações: www.janeladedramaturgia.wordpress.com.