Os belo-horizontinos Bruno Cançado (representado pela AM Galeria de Arte) e Alexandre Brandão (pela Galeria Leme) – o primeiro mora em BH e o outro em São Paulo – foram os contemplados com bolsas de residência em Nova York concedidas pelo SP Arte e Instituto de Cultura Contemporânea. O prêmio será entregue este sábado, na capital paulista.
A 10ª SP Arte, que será encerrada amanhã, consolida sua posição como a mais importante feira de artes plásticas da América Latina. Este ano, o evento reuniu 78 galerias brasileiras e 58 de 17 países, revelando importante crescimento. A primeira edição contou com apenas 41 galerias, todas brasileiras.
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O evento traz contribuições importantes, como a qualificação do circuito. A SP Arte, ressalta o curador do Masp, destaca-se pelo pioneirismo. “Ela abriu o caminho que levou à criação da Rio Arte. Só atrair as pessoas que decidem já estaria muito bom”, observa. Teixeira Coelho considerou o nível médio da exposição muito bom e destaca a internacionalização do projeto.
Airton Queiróz preside a Fundação Edson Queiróz, de Fortaleza, dona de uma das mais respeitadas coleções nacionais de arte privadas. “Venho aprender. Por mais que se leia, é importante trocar opiniões com colecionadores, curadores e galeristas”, afirma. Na opinião dele, a SP Arte está cada vez melhor. “Aumentou muito o número de participantes”, elogia, ressaltando que o evento oferece extenso panorama da arte.
Vitrine nacional
A Celma Albuquerque Galeria de Arte, de Belo Horizonte, participou de nove das 10 edições da SP Arte. “É uma das maiores feiras de arte do mundo”, afirma Lúcio Albuquerque, que comanda o espaço em parceria com a irmã, Flávia. O retorno comercial veio aos poucos, explica. “No início, nossa participação era praticamente institucional. Aos poucos foram conhecendo o nosso trabalho e hoje nos procuram”, informa Flávia Albuquerque.
A Murilo Castro Galeria de Arte participa da SP Arte há nove edições. “Eventos assim nos permitem expandir limites, ultrapassar fronteiras locais e estar integrados ao circuito nacional e internacional de arte”, define Murilo Castro. O evento cria entre os colecionadores o hábito de tirar um dia só para ver o que as galerias apresentam. O fato de várias estarem reunidas no mesmo local facilita a visita.
Para Castro, Belo Horizonte deveria ter a sua feira de arte. “A cidade conta com circuito cultural ativo, temos o maior museu de arte contemporânea do mundo e colecionadores disputados por galerias de todo o Brasil”, argumenta.
Vitrine
A Lemos de Sá, que funciona no Jardim Canadá, em Nova Lima, participou de oito edições da SP Arte. “Desde então, deixamos de vender só para Minas e passamos a negociar com o Brasil”, informa a proprietária, Beatriz Lemos. “É a maior vitrine da arte, porque o grande mercado nacional, hoje, é São Paulo”, garante Ângela Medenesi, da AM Galeria, instalada no Bairro Funcionários, na Zona Sul da capital mineira. Manoel Macedo, proprietário da galeria batizada com seu nome que funciona no Bairro Carlos Prates, diz que a SP Arte representou “uma abertura para o mundo”.
O curador mineiro Rodrigo Moura foi o responsável pelo Espaço Solo, que reuniu galerias interessadas em mostrar o trabalho de apenas um artista.
SP ARTE
Pavilhão da Bienal, Parque Ibirapuera, São Paulo. Hoje, das 13h às 21h; amanhã (último dia), das 11h às 19h. Informações: www.sp-arte.com.