

Vilela persegue esse caminho há 30 anos. Começou pintando. Depois de passar no vestibular de arquitetura, atuou como marchand freelancer, dividindo-se entre os estudos e a venda de trabalhos dos artistas plásticos Carlos Scliar, Carlos Bracher, Álvaro Apocalypse e Maria Helena Andrés, entre outros. Já formado, o arquiteto nunca deixou a pintura.
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Admirador dos artistas norte-americanos Jackson Pollock e De Kooning, além do brasileiro Jorge Guinle, Saul lembra que todos são filiados ao expressionismo abstrato. Essa estética está presente em seu processo de criação. Ele cita “a pegada brutalista no pincel” e trabalhos que “nada têm de certinho”.
Convite O artista revela que a exposição no Museu Inimá de Paula, que poderá ser visitada pelo público a partir de amanhã, é a mais importante de sua carreira. Isso não se deve apenas à quantidade e ao tamanho das obras. “Estou mostrando o que faço pela primeira vez na minha terra, em um museu e a convite da instituição. As exposições anteriores foram muito batalhadas, custaram caro”, explica.
A galeria é especial para ele. Saul Vilela fez a reforma do imóvel histórico que abriga o Museu Inimá de Paula, no Centro de Belo Horizonte. Ele conta que “um rasgo” corta o prédio, projetado por Raffaello Berti (1900-1972), iluminando-o por cima.
“Tenho orgulho desse trabalho. Transformei um prédio de quatro andares, antigo clube e cinema, em museu. O projeto é coerente, não midiático, e respeita a função do local”, afirma o arquiteto e pintor. “É um espaço maravilhoso para exposições”, acrescenta, dizendo que não mudaria nada ali. “Só ofereceria aos artistas convidados o salão principal, onde fica o acervo de Inimá Paula”, conclui.
SAUL VILELA
Pintura. A exposição será aberta ao público nesta quarta-feira. Museu Inimá de Paula, Rua da Bahia, 1.201, Centro, (31) 3213-4320. Terça, quarta, sexta-feira e sábado, das 10h às 19h; quinta-feira, das 12h às 19h; domingo, das 12h às 19h. Até 13 de abril. Entrada franca.