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Apesar de as obras partirem de referências do contexto pessoal da artista, ela nega que seu trabalho seja biográfico. “É investigação mais emocional, que carrega tensões e emoção”, explica. Também servem de motivo temas como tempo, família e aspectos socioculturais, como as bateias que ela expôs em Ouro Preto.
O trabalho com cerâmica surgiu de estudos com Adel Zouki no Centro Cultural Jambreiro, em Nova Lima (MG). “Essa técnica mexe muito com quem se dedica a ela”, observa Neide Pimenta. A lida com o barro induz, inevitavelmente, à imersão em temas transcendentes, revela.
Para Neide, há duas concepções ligadas à cerâmica no Brasil: a dos ceramistas, com sua busca de objetos que surjam de formas, esmaltes e queimas perfeitas, e o uso do barro por artistas contemporâneos. Se os primeiros buscam a beleza estética, os outros se voltam para a expressão do mundo com matérias cerâmicas. “É visão mais ampla. Ela não fica fechada em aspectos formais, mas discute questões e incentiva a pesquisa”, conclui. (WS)
Ode
Instalações, vídeo e fotos de Neide Pimenta. Centro Cultural UFMG, Avenida Santos Dumont, 174, Centro, (31) 3409-8291. De terça a sexta-feira, das 10h às 21h; sábado e domingo, das 10h às 18h. Até 6 de janeiro.