Houve uma época – é lá se vão 17 anos – que as prateleiras de best-sellers das livrarias foram tomadas por uma mulher de 30 e alguns, por vezes com uma idade mental bem inferior à real, bem atrapalhada no trabalho e com uma vida sentimental caótica. Bridget Jones, a jornalista britânica que a também jornalista britânica Helen Fielding apresentou ao mundo em 1996 através de seu diário, era absolutamente adorável porque era crível, ainda que um tanto apatetada. Longe das heroínas idealizadas dos romances femininos, Bridget, através de seus problemas e defeitos, falava diretamente para as mulheres de 30 solteiras que viviam suas vidas sem dar muita satisfação para ninguém.
O sucesso, que ganhou vida no cinema em 2001, fez com que a virada da década fosse dominada por congêneres, todos englobados no subgênero chick lit. O diário de Bridget Jones teve continuação com final feliz, Bridget Jones no limite da razão (1999 o livro e 2004 o filme) em que a heroína moderna se arrumava com o homem dos sonhos, Mark Darcy, inspirado em outro ícone do romance inglês (Sr. Darcy de Orgulho e preconceito, de Jane Austen). Até agora. Helen Fielding, hoje com 55 anos, tirou Bridget da toca. Bridget Jones – Louca pelo garoto (Cia. das Letras, 440 páginas) provocou muita reação contrária das fãs por uma simples razão: a autora matou Mark Darcy.
Faz sentido, pois o personagem morreu sendo o advogado ético, justo e competente que sempre foi (ou seja, teve um final feliz, apesar de tudo). E Bridget só mereceria um novo livro caso tivesse que recomeçar. Deixando de lado a questão, a morte de Darcy é o gatilho para novas aventuras, de uma protagonista agora cinquentona, mãe de um casal de filhos pequenos e espertos (por vezes, bem mais que ela), que tenta se encaixar num mundo para o qual não está preparada.
A narrativa tem início cinco anos depois da viuvez e retrocede um ano antes, quando Bridget resolve deixar o luto. Quase uma analfabeta virtual, ela resolve, de uma vez só, entrar no Twitter e em sites de namoro. “Quem quer me seguir no Twitter?”, pergunta insistentemente na rede virtual. Cada novo dia em seu diário é anunciado pelo número de seguidores (e com posts como esse, eles demoram a acontecer). Até que aparece um garoto, 20 anos mais novo, que se delicia com as trapalhadas. Essa é a parte divertida, que vai ganhando fôlego ao longo da narrativa.
O amor materno e a ausência do marido deixam a personagem um tanto melancólica por vezes (e a graça da série sempre foi o pendor para a comédia). Ela, por vezes, comporta-se como uma adolescente superficial, repetindo situações vivenciadas nas narrativas anteriores. Com isso, a leitura fica cheia de altos e baixos. No entanto, quase duas décadas mais tarde, e depois de excessivos livros que forjaram personagens e situações semelhantes à de Bridget Jones, a personagem continua fazendo sentido. Ainda que de uma maneira torta, bem à maneira dela.
O sucesso, que ganhou vida no cinema em 2001, fez com que a virada da década fosse dominada por congêneres, todos englobados no subgênero chick lit. O diário de Bridget Jones teve continuação com final feliz, Bridget Jones no limite da razão (1999 o livro e 2004 o filme) em que a heroína moderna se arrumava com o homem dos sonhos, Mark Darcy, inspirado em outro ícone do romance inglês (Sr. Darcy de Orgulho e preconceito, de Jane Austen). Até agora. Helen Fielding, hoje com 55 anos, tirou Bridget da toca. Bridget Jones – Louca pelo garoto (Cia. das Letras, 440 páginas) provocou muita reação contrária das fãs por uma simples razão: a autora matou Mark Darcy.
Faz sentido, pois o personagem morreu sendo o advogado ético, justo e competente que sempre foi (ou seja, teve um final feliz, apesar de tudo). E Bridget só mereceria um novo livro caso tivesse que recomeçar. Deixando de lado a questão, a morte de Darcy é o gatilho para novas aventuras, de uma protagonista agora cinquentona, mãe de um casal de filhos pequenos e espertos (por vezes, bem mais que ela), que tenta se encaixar num mundo para o qual não está preparada.
A narrativa tem início cinco anos depois da viuvez e retrocede um ano antes, quando Bridget resolve deixar o luto. Quase uma analfabeta virtual, ela resolve, de uma vez só, entrar no Twitter e em sites de namoro. “Quem quer me seguir no Twitter?”, pergunta insistentemente na rede virtual. Cada novo dia em seu diário é anunciado pelo número de seguidores (e com posts como esse, eles demoram a acontecer). Até que aparece um garoto, 20 anos mais novo, que se delicia com as trapalhadas. Essa é a parte divertida, que vai ganhando fôlego ao longo da narrativa.
O amor materno e a ausência do marido deixam a personagem um tanto melancólica por vezes (e a graça da série sempre foi o pendor para a comédia). Ela, por vezes, comporta-se como uma adolescente superficial, repetindo situações vivenciadas nas narrativas anteriores. Com isso, a leitura fica cheia de altos e baixos. No entanto, quase duas décadas mais tarde, e depois de excessivos livros que forjaram personagens e situações semelhantes à de Bridget Jones, a personagem continua fazendo sentido. Ainda que de uma maneira torta, bem à maneira dela.