O premiado diretor de teatro, ator e dramaturgo Fauzi Arap morreu ontem em sua casa, em São Paulo, aos 75 anos. Ele lutava contra um câncer na bexiga. Seu velório será realizado na Catedral Ortodoxa, no Paraíso, e o enterro será hoje, no Cemitério São Paulo.
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Pela peça, Arap recebeu os prêmios Saci e Governador do Estado de melhor ator coadjuvante. Com o Oficina, fez diversas célebres montagens, como 'José do parto à sepultura', com direção de Antônio Abujamra, em 1961, e 'Pequenos burgueses e Andorra', respectivamente em 1962 e 1964, ambas dirigidas por Zé Celso.
Já com outro grupo, o Teatro de Arena, participou de peças de destaque como 'A mandrágora', em 1962, sob a direção de Augusto Boal. Como diretor, trabalhou pela primeira vez em 1965 em 'Perto do coração selvagem', uma adaptação de Clarice Lispector feita pelo próprio Arap. A partir daí, dirigiu diversos sucessos nos palcos, como 'Dois perdidos numa noite suja' (1967) e 'Navalha na carne' (1968), com Tônia Carrero. Como diretor, ajudou a lançar grandes nomes da dramaturgia brasileira, como Plínio Marcos, Antônio Bivar e José Vicente.
Musical
Considerado pioneiro na direção de shows musicais, Fauzi Arap deu projeção também à cantora Maria Bethânia, ao dirigi-la em 'Rosa dos ventos', apresentação de 1971 que valorizava a presença cênica da cantora baiana. Já como dramaturgo, passou a trabalhar em 1975, com 'Pano de boca', um balanço do teatro brasileiro nas décadas de 1960 e 1970. Recebeu diversos prêmios como autor, entre eles o Molière e o da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). A última peça escrita por Fauzi foi 'Chorinho' (2007).
Em 1998, publicou sua autobiografia, 'Mare nostrum – Sonhos, viagens e outros caminhos', no qual relatava sua busca no teatro por uma existência integral.