Crítica literária Noemi Jaffe é a convidada do projeto Sempre um papo desta terça

Escritora prepara romance sobre a revolução húngara de 1956. Bate-papo acontece no Palácio das Artes

por Carlos Herculano Lopes 26/11/2013 08:35

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JOÃO BANDEIRA/DIVULGAÇÃO
(foto: JOÃO BANDEIRA/DIVULGAÇÃO)
Dando sequência à série 'A nova literatura brasileira', que tem trazido a Belo Horizonte nomes de relevância das letras contemporâneas, a convidada de hoje do Sempre um papo é escritora e crítica literária Noemi Jaffe. Além de conversar com o público sobre sua obra, ela lança seus dois livros mais recentes, o volume de contos 'A verdadeira história do alfabeto e alguns verbetes de um dicionário', e o volume de memórias 'O que os cegos estão sonhando?'.


Este livro, do qual participou sua filha, Leda Cartum, nasceu a partir de um diário que a sua mãe, Lili Jaffe, cujo nome de solteira era Lili Stern, escreveu sobre sua experiência de prisioneira nos campos de concentração de Bergen-Belsen e Auschwitz, para onde foi enviada em abril de 1945. Sua prisão ocorreu quando ainda vivia na sua cidade natal, Szenta, no interior da atual Sérvia.

Hoje guardado no Museu do Holocausto, em Jerusalém, no diário ela conta como era a vida naquele inferno: os trabalhos que era obrigada a realizar, o medo da morte, a insegurança frente ao horror, até quando foi libertada e levada pela Cruz Vermelha para a Suécia. Naquele país, tentando recomeçar a vida, enquanto estava de querentena junto com três primas, Lili começou a registrar as suas memórias. Em 2009, quando a ideia de fazer o livro já havia tomado corpo, Noemi e sua filha estiveram em Auschwitz.

Já em 'A verdadeira história do alfabeto e alguns verbetes de um dicionário', Noemi Jaffe teve como ponto de partida a releitura ficcional das letras do alfabeto, e de algumas palavras da língua portuguesa. Nos verbetes, referências a Guimarães Rosa e Jorge Luis Borges. Autora de outros livros como 'Todas as coisas pequenas' e 'Quando nada está acontecendo', Noemi organizou ainda o volume dos melhores poemas de Arnaldo Antunes. Atualmente, a escritora está envolvida com novo romance, que tem o nome provisório de Não tem nenhum lugar. “A história se passa em 1959 e tem a ver com a revolução húngara de 1956”, adianta a escritora.

Noemi Jaffe
A escritora conversa com o público e lança os livros
Terça-feira, a partir das 19h30, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Entrada franca. Informações: (31) 3261-1501

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