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Ao colo do pai, Michael Silva, Miguel Perdigão, de 2 anos, desfrutava de uma robusta mamadeira, enquanto a mãe revezava na tomada de conta dos outros dois filhos do casal. Eles chegaram ao local às 14h20 e, às 15h30, ainda aguardavam a abertura do Palácio das Artes, que, devido à realização da feira da Afonso Pena, aos domingos só abre às 16h. Na disputada Sala da Relatividade, uma instalação coreográfica em que o público pode desfrutar da magia (imagens com efeitos de ilusões de óptica) do artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher (1898-1972), em companhia da filha Tania de Oliveira Andrade, dona Nilse anunciava o desejo de viver até os 100 anos.
Fernanda Machado, presidente da Fundação Clóvis Salgado, atribui o sucesso da exposição a uma série de fatores. “A começar da conquista em trazer para Minas Gerais material expositivo de tão alto nível”, avalia ela, lembrando que foi uma série de pleitos tendo em vista o desejo da FCS de não ficar de fora da agenda da exposição. Fernanda lembra, ainda, que além da arte em si, A magia de Escher atrai público pela característica lúdica do material exposto.
“Eventos do gênero fazem parte da estratégia adotada pelo estado no sentido de garantir o acesso e a democratização do espaço público”, ressalta a presidente da FCS, admitindo que exposição de tal porte altera a rotina de funcionamento do Palácio das Artes. “Tivemos de nos adaptar a este sucesso”, revela Fernanda, lembrando que desde o primeiro mês (setembro), quando foi registrada a alta procura do público pela mostra, eles tiveram de esticar o funcionamento das galerias até as 22h (normalmente, elas fecham entre as 20h30 e as 21h), chegando a funcionar até a meia-noite na última semana em que esteve em cartaz.
Reforço “Tivemos de promover alterações na escala das equipes de trabalho, mas nada que alterasse o prazer de todos naquilo em que fazem”, admite a presidente da fundação, que no fim de semana contou com 70 seguranças no local, além do apoio da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), para eventuais problemas que acabaram não ocorrendo. Uma turma de 12 pessoas, cinco dos quais adultos e sete crianças, enfrentou 2h30 de fila no sábado para visitar a exposição.
“Fizemos lanche, compramos água, visitamos a loja de artesanato do Palácio das Artes, enfim, foi cansativo, mas no fim valeu a pena. Trata-se de uma mostra diferente, interativa, em que você tem de entrar na dinâmica dela”, relata Marco Aurélio Fonseca, que liderava a turma. Diretor do Museu Histórico Aurélio Dolabella, de Santa Luzia, ele conta que saíram da cidade da região metropolitana exclusivamente para visitar a mostra e que o resultado foi um sucesso entre adultos e crianças.
Enquanto o marido buscava no carro as cadeiras de plástico, a historiadora Aline Melo fazia companhia à sogra na fila da Avenida Carandaí para visitar a mostra. Vindo de Contagem, na região metropolitana, o economiário Fred Carvalho distraía o filho, Ian de Carvalho, de 9 anos, até a hora de conhecer in loco A magia de Escher. Antes da mostra que bateu recorde de público, o Palácio das Artes reuniu multidões parecidas apenas em outras três mostras: História em quadrões, de Maurício de Sousa, com 98 mil visitações, em 2004; O Tesouro dos mapas, de 2003, com 92 mil, e a 29ª Bienal de São Paulo, com 64 mil, no ano passado. O ano que vem promete um novo recorde com a confirmada realização da mostra Gênesis, do fotógrafo mineiro Sebastião Salgado.