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Para o norte-americano George Pérez, não se deve pensar o futuro dos quadrinhos separadamente da evolução de toda a mídia eletrônica. Seja em papel, na internet ou em aplicativos. “Qualquer coisa que faça as pessoas lerem é sempre bom”, defende. Editor da publicação independente Revista Prego, Alex Vieira ressalta que a produção nacional anda tão diversa que as criações já não se prendem às regras ditadas pelo mercado. Que, aliás, muda em alta velocidade.
Caçador de talentos, Sidney Buman, editor da Graphic MSP, se surpreendeu com a qualidade do que viu no FIQ 2013. “Tem gente que do ano passado para cá evoluiu a olhos vistos, de maneira assustadora. O pessoal está crescendo em ritmo muito acelerado. Começamos a vislumbrar um cenário em que todos os gêneros de quadrinhos serão publicados no Brasil”, aposta.
O que chamou a atenção do veterano Gabriel Bá foi o público. “Ele já se acostumou a vir aqui procurar por artistas e coisas novas. Acho que o que mudou nesta edição foi a quantidade de artistas acreditando mais na possibilidade de mostrar o trabalho. O público está aberto”, diz. “Vejo gerações distintas de quadrinistas. Tem gente de 35 que já tem uma carreira, outros como eu, que estão começando, e moleques de 17 e 18 que nem pensam em fazer faculdade. Quadrinho hoje não é mais uma opção só para segundo emprego, hoje já dá para pensar em viver dele”, avalia Luís Felipe Garrocho.
Bidu vai virar livro
A oitava edição do FIQ trouxe a Belo Horizonte nomes de peso do cenário internacional, como George Pérez e Ivo Milazzo, mas foi a prata da casa que chamou mais atenção. Em uma visita surpresa à Serraria Souza Pinto, o homenageado da edição passada, Mauricio de Sousa, chegou para anunciar que o projeto de produção de graphic novels com seus personagens, divulgado no FIQ 2011, não só deu certo como cresceu.
Além de novas edições de Astronauta, de Danilo Beyruth e Cris Peter, e 'Turma da Mônica', de Lu e Vitor Cafaggi, serão lançadas em livro as histórias de 'Papa Capim', por Marcela Godoy e Renato Guedes, 'Turma da Mata', de Greg Tocchini, Davi Calil e Artur Fujita, 'Penadinho', de Cris Eiko e Paulo Crumbim, e Bidu, esta feita pela dupla mineira Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho.
“É assustador de um jeito sensacional”, diz Garrocho, que não segurou as lágrimas na sexta-feira, quando a notícia veio a público. “É uma responsabilidade muito grande, porque são quadrinhos que a gente cresceu lendo. Tive um cachorro chamado Bidu por causa dele. Mas se for parar para pensar nisso não sai. O trabalho agora é tentar concentrar em fazer o melhor que a gente puder em um personagem que é icônico, mas que precisamos tratar um pouco como se fosse nosso, respeitando toda a história dele”, completa Damasceno.
Eduardo e Luís Felipe foram pioneiros no uso da plataforma de crowdfunding para produzir o primeiro livro, 'Quadrinhos rasos'. A obra foi lançada no FIQ 2011 e os autores entregaram o trabalho em mãos para Mauricio de Sousa. O editor do selo Graphic MSP, Sidney Gusman, já estava de olho nos artistas. A dupla trabalha no projeto que ainda não tem uma data de lançamento. Segundo Gusman, os livros serão impressos na China e não há como precisar quando estarão prontos para o mercado brasileiro. A ideia de Mauricio de Sousa é também transformar as graphic novels em filme.