O corpo da pintora Sara Ávila será enterrado hoje, às 11h, no Cemitério do Bonfim, em Belo Horizonte. Ela morreu ontem, em decorrência de um câncer. “É um dia triste, mas temos de exaltar a vida e a obra dessa grande artista e mestra”, afirmou Anna Cristina Brandão, diretora da Escola Guignard da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). Sara comandou a Guignard de 1996 a 1999.
“Ela teve muita disposição para passar seu conhecimento e experiência, mas também para ouvir nossas dificuldades e anseios. Isso era ótimo para os alunos e para quem trabalhava com Sara, sempre com aquele sorriso maravilhoso. Ela foi uma grande dama”, revela a diretora da Escola Guignard.
“Grande artista e ser humano, Sara criou uma obra que ensejava visão mágica, surreal, do mundo e da paisagem. Aquele seu universo particular espantava, mas era muito forte”, lembra o crítico Márcio Sampaio. A pintora e desenhista desenvolveu métodos de ensino usados por muitos artistas. “Ela apresentava de forma muito contemporânea os temas da criação e da percepção”, explica o crítico, ressaltando a militância cultural intensa “e muito consequente” da pintora.
“Sara e Amilcar de Castro foram os meus professores mais importantes. Eles têm importância radical para a cultura de Belo Horizonte: integraram a primeira geração que transmitiu os ensinamentos de Guignard e, assim, fizeram vingar o ensino de arte na capital. Sara fez abstração, o jogo entre natureza e cultura. Ela é muito Minas Gerais em sua cor terra, no seu jeito telúrico”, afirma o artista plástico Marco Túlio Resende.
Sara Ávila começou exercitando a figuração lírica de seu professor Alberto da Veiga Guignard. Aos poucos, ela adotou a abstração, caminho condenado pelo mestre. Dedicou-se especialmente ao abstrato com manchas: queria tanto atingir o inconsciente quanto questionar práticas convencionais da arte. Tais interesses deram forma à sua visualidade porosa, que discute a percepção da imagem.
Esse trabalho valeu respeito à artista mineira, mas ainda hoje sua obra é pouco analisada e compreendida em toda a sua radicalidade, em especial pela dúbia mistura de reverência à paisagem mineira e iconoclastia. Ao lado das obras de Amilcar de Castro, Celso Renato e Maria Helena Andrés, o legado de Sara Ávila constitui fundamento da produção contemporânea das artes visuais em BH.
MILITANTE DA CULTURA
Nascida em 1932, em Nova Lima, Sara Ávila de Oliveira era pintora, desenhista e professora. Artista premiada, foi aluna de Alberto da Veiga Guignard, Franz Weissmann, Ana Letícia, Misabel Pedrosa e João Quaglia. Integrou o Movimento Internacional Phases, com sede em Paris, desde a década de 1960. Presidiu o Conselho Estadual de Cultura do Estado de Minas Gerais e a Sociedade Amigas da Cultura, em Belo Horizonte.
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“Grande artista e ser humano, Sara criou uma obra que ensejava visão mágica, surreal, do mundo e da paisagem. Aquele seu universo particular espantava, mas era muito forte”, lembra o crítico Márcio Sampaio. A pintora e desenhista desenvolveu métodos de ensino usados por muitos artistas. “Ela apresentava de forma muito contemporânea os temas da criação e da percepção”, explica o crítico, ressaltando a militância cultural intensa “e muito consequente” da pintora.
“Sara e Amilcar de Castro foram os meus professores mais importantes. Eles têm importância radical para a cultura de Belo Horizonte: integraram a primeira geração que transmitiu os ensinamentos de Guignard e, assim, fizeram vingar o ensino de arte na capital. Sara fez abstração, o jogo entre natureza e cultura. Ela é muito Minas Gerais em sua cor terra, no seu jeito telúrico”, afirma o artista plástico Marco Túlio Resende.
Sara Ávila começou exercitando a figuração lírica de seu professor Alberto da Veiga Guignard. Aos poucos, ela adotou a abstração, caminho condenado pelo mestre. Dedicou-se especialmente ao abstrato com manchas: queria tanto atingir o inconsciente quanto questionar práticas convencionais da arte. Tais interesses deram forma à sua visualidade porosa, que discute a percepção da imagem.
Esse trabalho valeu respeito à artista mineira, mas ainda hoje sua obra é pouco analisada e compreendida em toda a sua radicalidade, em especial pela dúbia mistura de reverência à paisagem mineira e iconoclastia. Ao lado das obras de Amilcar de Castro, Celso Renato e Maria Helena Andrés, o legado de Sara Ávila constitui fundamento da produção contemporânea das artes visuais em BH.
MILITANTE DA CULTURA
Nascida em 1932, em Nova Lima, Sara Ávila de Oliveira era pintora, desenhista e professora. Artista premiada, foi aluna de Alberto da Veiga Guignard, Franz Weissmann, Ana Letícia, Misabel Pedrosa e João Quaglia. Integrou o Movimento Internacional Phases, com sede em Paris, desde a década de 1960. Presidiu o Conselho Estadual de Cultura do Estado de Minas Gerais e a Sociedade Amigas da Cultura, em Belo Horizonte.