Ocupações artísticas invadem o Museu de Arte da Pampulha neste fim de semana

"A performance parte da pesquisa e da vontade de experimentar uma exposição com caráter diferenciado para unir artistas de várias gerações que investem na linguagem", explica curadora do evento

por Sérgio Rodrigo Reis 01/11/2013 10:34

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Laura Lima/ Divulgação
(foto: Laura Lima/ Divulgação)
O público que visitar a nova exposição em cartaz no Museu de Arte da Pampulha (MAP) vai deparar com um desafio: em vez de encontrar obras de arte ocupando o espaço projetado por Oscar Niemeyer, assistirá a performances reunidas na mostra 'Outro olhar'. Trinta propostas escolhidas pelos curadores Ana Luísa Santos, Marco Paulo Rolla e Nathalia Larsen têm em comum o fato de relacionar corpo e espaço.

As ocupações começam nesta sexta, às 19h, com 'O puxador', de Laura Lima. Um homem veste apenas tiras de tecido, atreladas à arquitetura do museu. O performer “puxará” colunas, numa tentativa de libertá-las do prédio. Outra ação, criada pela artista Agnes Farkasvolgyi, promete alterar a rotina do MAP. Presença ambulante, falante e generosa usa o corpo como suporte para servir, doar, oferecer e compartilhar, mas, sobretudo, trocar, conversar, interagir e relacionar.

Soul

A agenda continua sábado. Às 14h, Renato Negrão apresentará 'Indiferença'. Ele parte de um questionamento: é possível tratar da ideia de indiferença plasticamente?. A partir das 16h, o MAP ganha mais agito com a realização do projeto Quarteirão do soul. O movimento surgiu do reencontro de amigos que frequentavam bailes black realizados no Centro de BH nos anos 1970. Aqueles dançarinos e músicos passaram a se reunir na periferia, mas, pouco a pouco, fizeram o caminho inverso. Atualmente, suas animadas performances são atração nas ruas da Região Central da cidade.

Selecionada por edital, a exposição coloca em questão as diversas possibilidades de ocupação do espaço. De acordo com a curadora Ana Luísa Santos, a proposta indica a possibilidade de perceber a presença do corpo no museu e sua potencialidade, seja por meio do próprio acervo da instituição, seja por experiências vindas dos pesquisadores.

“A ideia é levar, trazer e experimentar a linguagem da performance no espaço do MAP. Ela parte da pesquisa e da vontade de experimentar uma exposição com caráter diferenciado para unir artistas de várias gerações que investem na linguagem”, explica Ana Luísa. Além de ações ao vivo, o projeto oferece palestras e debates às terças-feiras, às 15h30, abertos ao público.

OUTRA PRESENÇA
Ações performáticas. Museu de Arte da Pampulha. Avenida Otacílio Negrão de Lima, 16.585, Pampulha. Abertura hoje, às 19h. Entrada franca. Informações: (31) 3277-7946.

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