“Somos todos diferentes uns dos outros. Nossa proposta é o reconhecimento deste fato e a defesa de uma atitude de respeito com o outro como ele é, sem que tenha de me igualar ou fazê-lo igual a mim”, explica Samuel Ayòbámi Akínrúlí, nigeriano radicado no Brasil, diretor de teatro, economista e presidente do Instituto de Inovação Social e Diversidade Cultural. Com esse argumento, ele explica o conceito do 2º Festival Internacional da Diversidade Cultural, que será realizado até dia 30, em Belo Horizonte.
O tema desta edição do evento, que oferecerá manifestações artísticas, seminários e oficinas, é Territórios da diversidade. De acordo com Akínrúlí, serão enfatizadas criações afro-brasileiras buscando transformar a data associada à negritude – 20 de novembro, Dia da Consciência Negra – em algo mais amplo. “O que temos visto é a ênfase em cultura negra para negros. Com isso, a data tem passado despercebida. Se queremos tratar de racismo, segregação e preconceito, devemos mostrar que todos sofrem com esses aspectos”, argumenta. A questão atinge também as profissões: “Ser um palhaço é tão difícil quanto ser gerente de banco, mas é preciso ver a atividade do ator como algo sério, não como brincadeira. O problema é não aceitar a diferença”, afirma o nigeriano.
A programação do festival traduz a proposta de diversidade na reunião de vários tipos de arte, com linguagens e estéticas diferentes, atenta a manifestações afro-brasileiras, mas inserindo-as em contexto amplo. Oficinas dedicadas às crianças tratam tanto de arte e cultura negra quanto de meio ambiente, diferença de línguas, direitos das mulheres e dos índios. “Elas estarão abertas a todas as pessoas: brancos, negros, índios, jovens, idosos, alfabetizados ou não”, diz Akínrúlí.
Nesta sexta-feira à noite, o maestro cubano Nestor Lombida apresentará aula-show dedicada a sonoridades afro-americanas no Teatro de Bolso Júlio Mackenzie do Sesc Palladium.
Diálogo
A curadora Luana Campos, coordenadora das exposições, informa que o público poderá conferir mostras de artistas contemporâneos que pensam a diversidade nos centros urbanos criando diálogos entre identidade e alteridade. Ela destaca a instalação Cosmogonia, de Álvaro Campos, com 42 esculturas feitas de madeira, cordas e cabaças. “Esse trabalho fala da origem do ser humano e da nossa relação com a natureza, bases da nossa construção identitária”, explica. Luana chama a atenção também para o grafite de William Mota, pesquisador das diversas matrizes africanas que constroem a identidade afro-brasileira. “É uma pintura que aprofunda e verticaliza a compreensão do continente africano, do qual temos uma visão superficial”, afirma.
Outra mostra especial, aponta a curadora, é A foto dentro da foto: a memória no tempo presente. Produzidos em oficinas de fotografia, os trabalhos fazem a releitura de espaços considerados patrimônio cultural de Belo Horizonte. “É um olhar contemporâneo sobre locais antigos que devem ser respeitados e ter sua significação melhor entendida”, conclui.
PROGRAMAÇÃO
SEXTA
10h Abertura da mostra Território da diversidade. Instalação Cosmogonia, grafite e projeto A foto dentro da foto: a memória no tempo presente. Obras de Álvaro Campos, Lelo Black, Tainá Criola, William Mota, Bruno Mendes, Alexandre Campos, Michel Montandon, Eliza Villavicencio, Antônio Ferreira, Isadora Pereira, Olívia Pimentel e Danielle Santos.
. Galerias Ana Horta e Celso Renato do Centro Cultural UFMG. Avenida Santos Dumont, 174, 2º andar, Centro, (31) 3409-8294. Diariamente, das 10h às 18h. Até dia 30. O espaço fechará amanhã, Dia de Finados.
20h Aula-show Sonoridades afro-americanas, com Nestor Lombida Hunt.
. Teatro de Bolso Júlio Mackenzie do Sesc Palladium, Avenida Augusto de Lima, 420, Centro, (31) 3270-8100.
SÀBADO
Das 14h às 17h Oficina Nas margens negras: a rua – a pichação e o grafite, com William Mota.
Inscrições: www.insod.org.
. Sala Multiuso do Sesc Palladium. Avenida Augusto de Lima, 420, Centro, (31) 3270-8100.
22h Show de Beli Tonsich e convidados.
. Núcleo de Estudos de Cultura Popular. Avenida Nossa Senhora de Fátima, 3.312, Prado. Ingressos: R$ 12.
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A programação do festival traduz a proposta de diversidade na reunião de vários tipos de arte, com linguagens e estéticas diferentes, atenta a manifestações afro-brasileiras, mas inserindo-as em contexto amplo. Oficinas dedicadas às crianças tratam tanto de arte e cultura negra quanto de meio ambiente, diferença de línguas, direitos das mulheres e dos índios. “Elas estarão abertas a todas as pessoas: brancos, negros, índios, jovens, idosos, alfabetizados ou não”, diz Akínrúlí.
Nesta sexta-feira à noite, o maestro cubano Nestor Lombida apresentará aula-show dedicada a sonoridades afro-americanas no Teatro de Bolso Júlio Mackenzie do Sesc Palladium.
Diálogo
A curadora Luana Campos, coordenadora das exposições, informa que o público poderá conferir mostras de artistas contemporâneos que pensam a diversidade nos centros urbanos criando diálogos entre identidade e alteridade. Ela destaca a instalação Cosmogonia, de Álvaro Campos, com 42 esculturas feitas de madeira, cordas e cabaças. “Esse trabalho fala da origem do ser humano e da nossa relação com a natureza, bases da nossa construção identitária”, explica. Luana chama a atenção também para o grafite de William Mota, pesquisador das diversas matrizes africanas que constroem a identidade afro-brasileira. “É uma pintura que aprofunda e verticaliza a compreensão do continente africano, do qual temos uma visão superficial”, afirma.
Outra mostra especial, aponta a curadora, é A foto dentro da foto: a memória no tempo presente. Produzidos em oficinas de fotografia, os trabalhos fazem a releitura de espaços considerados patrimônio cultural de Belo Horizonte. “É um olhar contemporâneo sobre locais antigos que devem ser respeitados e ter sua significação melhor entendida”, conclui.
PROGRAMAÇÃO
SEXTA
10h Abertura da mostra Território da diversidade. Instalação Cosmogonia, grafite e projeto A foto dentro da foto: a memória no tempo presente. Obras de Álvaro Campos, Lelo Black, Tainá Criola, William Mota, Bruno Mendes, Alexandre Campos, Michel Montandon, Eliza Villavicencio, Antônio Ferreira, Isadora Pereira, Olívia Pimentel e Danielle Santos.
. Galerias Ana Horta e Celso Renato do Centro Cultural UFMG. Avenida Santos Dumont, 174, 2º andar, Centro, (31) 3409-8294. Diariamente, das 10h às 18h. Até dia 30. O espaço fechará amanhã, Dia de Finados.
20h Aula-show Sonoridades afro-americanas, com Nestor Lombida Hunt.
. Teatro de Bolso Júlio Mackenzie do Sesc Palladium, Avenida Augusto de Lima, 420, Centro, (31) 3270-8100.
SÀBADO
Das 14h às 17h Oficina Nas margens negras: a rua – a pichação e o grafite, com William Mota.
Inscrições: www.insod.org.
. Sala Multiuso do Sesc Palladium. Avenida Augusto de Lima, 420, Centro, (31) 3270-8100.
22h Show de Beli Tonsich e convidados.
. Núcleo de Estudos de Cultura Popular. Avenida Nossa Senhora de Fátima, 3.312, Prado. Ingressos: R$ 12.