O livro 'Acácio Videira, a história de um acervo', que será lançado nesta quinta, às 19h30, no Centro de Arte Popular Cemig (Rua Gonçalves Dias, 1.608, Funcionários), traz a público um artista-pesquisador e uma coleção especial guardada em BH. Assistente do Museu Etnológico do Dundo, em Angola, o português fez minucioso levantamento da arte das tribos da região onde se instalou a empresa em que ele trabalhava. Acácio recolheu objetos, fotografou, desenhou e, aos poucos, passou a esculpir de acordo com os princípios daquelas tribos. Deixou dezenas de peças de delicada elaboração.
Acácio Videira (1918 – 2008) era amigo do folclorista Câmara Cascudo. Devido às guerras em Angola, transferiu-se para BH em 1975. “Meu pai foi o maior artista branco europeu de arte africana do mundo”, afirma José Manuel Primo Videira, explicando que o conhecimento antropológico subsidia a obra artística do pesquisador. O catálogo traz 350 peças de comunidades africanas e 185 de Acácio. O acervo soma 600 trabalhos, 2,5 mil fotos, 70 minutos de filme e desenhos.
Para José Manuel, o catálogo torna pública a obra do pai. Inicialmente, o contato de Acácio com a arte africana se deu como fotógrafo de museu. A relação com as comunidades fez com que ele ganhasse presentes dos nativos, gerando acervo formado durante 28 anos. Nas horas vagas ele passou a esculpir, a desenhar e a escrever análises de peças de cabaça.
Videira diz que o pai admirava a dimensão mística da arte tribal. “Para fazer uma máscara, o artesão escolhe a madeira e conversa com a árvore, explicando a finalidade do corte. Isolado, ele trabalha no mato e enterra as lascas. Ao criar a peça, pensa em alguém com que tem relações fortes. Essa arte traz forte ligação com o espiritual: o artista passa um espírito ancestral”, explica. A família planeja vender a coleção completa de Acácio Videira. “Lutamos com muita necessidade, pois perdemos tudo na África”, revela José Manuel.
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Para José Manuel, o catálogo torna pública a obra do pai. Inicialmente, o contato de Acácio com a arte africana se deu como fotógrafo de museu. A relação com as comunidades fez com que ele ganhasse presentes dos nativos, gerando acervo formado durante 28 anos. Nas horas vagas ele passou a esculpir, a desenhar e a escrever análises de peças de cabaça.
Videira diz que o pai admirava a dimensão mística da arte tribal. “Para fazer uma máscara, o artesão escolhe a madeira e conversa com a árvore, explicando a finalidade do corte. Isolado, ele trabalha no mato e enterra as lascas. Ao criar a peça, pensa em alguém com que tem relações fortes. Essa arte traz forte ligação com o espiritual: o artista passa um espírito ancestral”, explica. A família planeja vender a coleção completa de Acácio Videira. “Lutamos com muita necessidade, pois perdemos tudo na África”, revela José Manuel.