Ao mesmo tempo em que novos espaços teatrais reforçam a cena em Belo Horizonte, palcos tradicionais da cidade vão fechando as portas. Depois de décadas em atividade, a administração do Teatro do Icbeu comunicou que encerará as atividades abertas ao público externo. A sala com 245 lugares funcionará apenas para atividades acadêmicas do Centro Universitário Una, instituição gestora do prédio. “Não somos a favor de fechamento de teatro, de jeito nenhum. Fomos lá pedir que eles esclarecessem a categoria por meio de uma carta. Precisamos conservar o bom senso, o equilíbrio e conversar com outras esferas políticas”, ponderou a presidente do Sated-MG, Magdalena Rodrigues.
No documento enviado à classe, a Una ressalta as condições precárias em que o teatro se encontra para a montagem de espetáculos. “Algumas cadeiras da plateia estavam danificadas, o carpete e outras partes do revestimento precisavam de uma troca urgente porque já prejudicavam a salubridade do ambiente. Além disso, camarins e caixa cênica também estavam em condições pouco favoráveis a um trabalho de qualidade. Pelo fato de o teatro não integrar as atividades acadêmicas da UNA, a instituição realizou uma pequena reforma, visando à utilização do espaço para a realização de palestras, seminários e debates comunitários”, diz a carta.
Apesar da decisão, a instituição reafirma seu interesse em manter os investimentos em cultura, assim como nas atividades já desenvolvidas na Casa Una. O teatro integra o prédio histórico, com projeto do arquiteto Sylvio de Vasconcellos. O mesmo espaço tem uma galeria de arte e uma biblioteca. A sala de espetáculos foi inaugurada em 1969 e ali estrearam peças como Acredite, um espírito baixou em mim, sucesso de Ilvio Amaral e Maurício Canguçu. Nos últimos anos, o palco do Icbeu abrigou várias comédias durante a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança.
A notícia do fechamento repercute na internet. Um abaixo-assinado publicado no site Petição Publica Brasil já tem 127 adesões. “O que a gente queria era demonstrar para a escola o descontentamento popular. Tem muita gente que não apoia o fechamento”, diz o ator Jefferson de Medeiros, articulador do movimento. Segundo ele, nos próximos dias, colegas atores e produtores planejam uma manifestação na porta do teatro.
Enquanto isso...
...Buscando soluções
Uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai debater soluções para dívidas de grupos mineiros de teatro com o fisco. O caso em questão é o da Deu Palla Cia. de Arte. Na década de 1990, a companhia obteve recursos via Lei Rouanet em uma modalidade de empréstimo reembolsável. Devido às dificuldades burocráticas de elaboração de contratos e empréstimo, o grupo não conseguiu honrar a dívida e acabou encerrando suas atividades. O montante está sendo cobrado agora. O objetivo da reunião, pedida pelo deputado Elismar Prado (PT), é discutir soluções para a continuidade do grupo.
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