Monólogo de Mayara Dornas propõe reflexões sobre o sentimento

'Talvez seja amor' tem apresentações neste fim de semana no Santa Tereza

por Carolina Braga 25/10/2013 10:11

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Fabi Araújo/Divulgação
"Vamos questionar um pouco uma ideia forte da minha geração que cresceu vendo Walt Disney, a do amor idealizado", Mayara Dornas, atriz e diretora (foto: Fabi Araújo/Divulgação)
É impossível não identificar paixão na fala da atriz Mayara Dornas quando o assunto é o monólogo que estreia nesta sexta-feira, no Teatro Sesi Holcin. Não à toa. A forma como nos relacionamos na atualidade e principalmente o conceito desse sentimento, muitas vezes flutuante e controverso, é tema de 'Talvez seja amor...', peça em cartaz até 10 de novembro.


A atriz formada pela UFMG, com passagens pelo Centro de Formação Artística do Palácio das Artes, apaixonou-se pelo tema durante oficina de preparação de atores em Belo Horizonte. Foi quando descobriu o livro Fragmentos de um discurso amoroso, de Roland Barthes. A partir das provocações contidas nele, decidiu elaborar um espetáculo. Contou com a parceria dos amigos Fabiano Rabelo e Fabiano Lana (este também na direção), para desenvolver a dramaturgia.

“Vamos questionar um pouco uma ideia forte da minha geração que cresceu vendo Walt Disney, a do amor idealizado. Vamos pensar sobre isso. Afinal, qual é o meu amor?”, pergunta a atriz. A medida em que apresenta o modo como sete personagens encaram o sentimento, Mayara convida o público a refletir sobre o quanto a percepção do amor pode ser elástica. Instigada também pela leitura de 'Amor líquido', de Zygmunt Bauman, e as letras do Los Hermanos, foi para a sala de ensaio.

'Talvez seja amor...' nasceu depois de quatro meses de pesquisa. O espetáculo foi construído a partir de improvisações. Segundo ela, durante todo o processo, uma das preocupações foi não deixar que o discurso ficasse raso, caísse para um romantismo comum. Para isso, também contará com a participação de público. “Ele vai finalizar com a sua leitura. Não concluo nada. Não tenho esse poder”, comenta.

Para criar um clima de intimidade com a plateia, o monólogo começa do lado de fora do teatro. “A gente conversa um pouco sobre o amor, como cada um está. É um espaço pra gente se perceber”, conta. Dentro da sala, é o momento de pensar, discutir, sem se distanciar da delicadeza que o tema sempre invoca.

Talvez seja amor...
Sexta e sábado, às 21h; domingo, às 19h. Teatro Sesi Holcim, Rua Padre Marinho, 60, Santa Efigênia, (31) 3241-7181. Ingressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia) e R$ 12 (Posto Sinparc no Mercado das Flores).

DANIEL PROTZNER/DIVULGAÇÃO
(foto: DANIEL PROTZNER/DIVULGAÇÃO)
Enquanto isso...

...MOMENTOS SOLOS

A safra de monólogos local anda bastante incrementada. Esta semana, três montagens do gênero se apresentam na mostra BH in solos, sempre às 20h. Nesta sexta tem 'O ano em que virei adulto', com Gustavo Falabella Rocha; sábado, 'Apareceu a Margarida', com Michelle Ferreira; e domingo, 'Robison', com Dimitrius Possidônio (foto). Será no Esquyna – Espaço Coletivo Teatral (Rua Célia de Souza, 571, Sagrada Família, (31) 8647-6627). Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

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