Homenagem ao centenário da artista plástica Tomie Ohtake, com 50 obras representativas de sua carreira, ficará em cartaz até fevereiro na galeria do Centro Cultural do Minas Tênis Clube. O espaço será aberto amanhã para o público e hoje para convidados.
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Pela primeira vez, BH poderá conferir conjunto de pinturas da artista. Esses trabalhos trazem de tons baixos (com ênfase ao gesto) característicos do início, época em que ela ainda usava tinta a óleo, aos últimos 25 anos, quando a tinta acrílica retoma o mesmo conteúdo orgânico e gestual em formas circulares ou elípticas de contornos irregulares e cores intensas, passando por sofisticadas relações cromáticas com o forte acento geométrico dos anos 1980. “É uma honra estar aí”, diz a artista.
A exposição tem curadoria do Instituto Tomie Ohtake. Exibidas em BH nos anos 1980/1990, as gravuras revelam a experimentação sempre presente na trajetória da artista – das primeiras impressões em serigrafia às litografias e desenhos a lápis, para chegar à gravura em metal dos últimos 30 anos.
A mostra se completa com cinco esculturas, derivações tridimensionais das linhas representadas pelas pinturas. O conjunto traz trabalhos de acervos particulares e da própria artista, nascida em 21 de novembro de 1913, em Kioto, no Japão. Naturalizada brasileira, ela iniciou sua carreira aos 40 anos, depois de criar dois filhos.
Mestra da síntese
“O que mais impressiona é sua capacidade de reinvenção dentro de um conjunto conciso. Não há inflexões nesse trabalho. Tomie Ohtake mantém repertório coeso de materiais e formas e, ao mesmo tempo, consegue outras maneiras de abordá-los. São 60 anos de produção coesa e não repetitiva”, destaca o curador Paulo Miyada.
Outro aspecto ressaltado pelo curador é a forma como Tomie se relaciona intimamente com a história da arte brasileira e suas transformações nas décadas de 1950 e 1960, embora trilhando caminho próprio. “Naquele momento da arte brasileira, artistas estavam bastante ligados ao desenvolvimento da abstração geométrica e, depois, a certa superação desse movimento, quando começaram a trabalhar com a pintura no espaço. Tomie se interessa por essa abstração, mas sem se filiar a uma formalização rígida, flertando com a ideia do gesto livre”, conclui Paulo Miyada.
BRANCO TOTAL
Do piso ao teto e das paredes aos painéis, o branco é o primeiro elemento que chama a atenção na nova galeria de arte de Belo Horizonte. Com 412 metros quadrados, o espaço do Centro Cultural do Minas Tênis Clube foi especialmente projetado por Paulo Pederneiras e Fernando Maculan para receber exposições. É um dos raros de BH com condições de abrigá-las sem necessidade de intervenção na arquitetura.