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Maioridade Como salienta Ricardo Aleixo, a mistura de festa e pensamento já é uma demanda da nova geração, que atua e milita a favor das questões relacionadas à arte negra na cidade. Para Maurício Tizumba, essa sétima edição marca o início da “maioridade” do festival. Ele foi criado em 1995, portanto há 18 anos, e desde então a cada ano luta para garantir seu espaço e se diferenciar.
Em 2012, em meio a uma crise na Fundação Municipal de Cultura, órgão responsável por sua realização, discutiu-se muito o tipo ideal de festival. De certa maneira, a temática deste ano – “Um lugar no mundo: Afroamérica” –, responde a esses anseios. Para Tizumba, convidado a assumir a direção artística do festival em 26 de março de 2013, foi uma experiência complexa realizar o FAN com orçamento em torno de R$ 1,2 milhão.
“Acho que me escolheram porque tenho o poder de aglutinar pessoas”, arrisca Tizumba. “Gosto de agregar, essa é a minha história”, completa o ator e músico, fundador do Tambor Mineiro. “Seis meses antes de realizar o evento, não havia espaço. Todos os teatros municipais estão em obras, os particulares, ocupados, as agendas dos artistas também. Então tivemos que pensar bastante”, lembra.
Em maio Tizumba fez a primeira reunião com a comunidade negra e identificou seus principais parceiros nesta empreitada: Ricardo Aleixo, Rui Moreira, Sérgio Pererê, Antônio Sérgio, Makota Kizandembu e Carlandreia Ribeiro, todos curadores setoriais. “Minha grande sacada foi ter escolhido essas pessoas. Eles criaram coisas maravilhosas pra gente”, elogia Maurício Tizumba.
• Na agenda
» Entre os destaques da literatura está o debate com o autor argentino Washington Cucurto. Há apenas três anos o país vizinho incluiu afroamericanos e outras etnias na pesquisa oficial da população. Ele é convidado a falar sobre a atual valorização negra na Argentina. Quinta-feira, no Centoequatro.
» A bailarina francesa Lénablou vai apresentar o estilo de dança techni ka, enraizado na herança folclórica tradicional de Guadalupe, no Caribe, em uma performance em parceria com Luís Ferron e participação do coletivo Soul, de BH. Sexta-feira, no Centoequatro.
» Foram criados quatro shows inéditos para esta edição. Um deles, Bala da palavra, de Sérgio Pererê, com os tambores mineiros e hip-hop. Todos os shows terão músicas de Marku Ribas, morto em março deste ano. Quarta-feira, no palco principal do Iphan.
» O cinema do Centoequatro vai exibir os documentários 'Paz no mundo camará' (2012), de Carem Abreu e Jorge Moreno, sobre a capoeira angola; e 'Raça' (2013) de Joel Zito e Megan Mylan, entre outras produções.
Detalhes na programação no site do evento.
Entrando nos eixos
O FAN 2013 se divide em seis eixos: literatura, artes da cena, artes visuais, música, cinema e moda. Todos oferecem oficinas e debates, além de apresentações artísticas. Inspirada no evento paralelo que já ocorre durante o Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte (FIT-BH), a Mostra Movimentos Urbanos ganhou uma nova edição. Foi um “aperitivo” para as atrações que a partir de amanhã à noite integram a programação oficial.
A abertura será com algo inédito na história do FAN: um desfile de moda. Organizado por Makota Kizandembu, vai mostrar produção afrobrasileira do setor. A partir das 19h, sete marcas especializadas apresentam suas coleções com trilha sonora executada ao vivo pelos violonistas Alisson Salvador e Nat Rodrigues. O cantor Carlos Negreiro também participa, à capela. Além disso ela está à frente de um workshop de turbante.
“Será um encontro de mulheres que estão saindo da invisibilidade e trabalham com a arte de torcer. Vamos contar as histórias de como o turbante chegou, como foi parar na cabeça dos homens”, resume Makota. Aliás, essa invisibilidade feminina é algo que será debatido intensamente. Todos os eixos temáticos vão destacar o papel das mulheres. Reforçam essa vertente o show 'Cantoras', com participação de 12 mulheres e direção de Sérgio Pererê; uma experiência gastronômica comandada por Mametu Mukamba e a instalação 'deumlugarnomundo', com 10 mulheres.
Maurício Tizumba ressalta ainda a expectativa de ver o espetáculo 'Carolina: o luxo do lixo'. A peça, do ator Wilson Rabelo, é baseada no livro 'Quarto de despejo'. É uma homenagem aos 100 anos da autora Carolina Maria de Jesus, “uma escritora negra que foi empregada. Os livros dela estão no mundo inteiro, em vários idiomas”, destaca Tizumba.
• Programação
Terça-feira
Funarte MG (Rua Januária, 68, Floresta). Entrada franca. Informações: (31) 3277-4366
• 9h – Laboratório Inno Sorsy e contadores de história.
• 10h– Ciclos de capacitação artística (Lénablou e Luís Ferron)
• 19h – Mostra Brasil Afro-Moda
Praça da Savassi
• 12h – 'Pessoas invisíveis', com Chica Reis, Meibe Ferreira Rodrigues
Centoequatro (Praça Ruy Barbosa, 104, Centro, ). Entrada franca. Informações: (31) 3222-6457
• 14h – Oficina Estruturas de encadernação contemporânea, com Lúcia Pires Kubitschek
• 17h – Exposição deumlugarnomundo
• 17h – Ojá Mercado de Cultura
• 20h30 – Sessão de cinema: 'Raça'. Ingressos a R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada).
• 23h – Bar do FAN: Lançamento do CD Djun, com Alcione Alves, Chico Cereno, Fernando Ferreira, Isabela Leite, Marcos Nascimento, Matheus Bahiense, Nara Torres, Pedro Martins e Zal Idrissa Sissoko.
Palco principal do Iphan (Rua Januária, 68, Floresta). Entrada franca. Informações: (31) 3277-4366
• 19h30 – Superfícies Efêmeras
• 20h – DJ Sankofa (Gana) e DJ Rafael Roots e Superfícies Efêmeras
• 21h30 – Roda de sopros com Leonardo Brasilino, Juventino Dias, Guto Ferreira, Alaércio Martins, Leonardo Lana, Jonas Vítor, Bruno de Oliveira, Tiago Ramos, Aldo Silva, Gleisson Queiroz, Roberto Júnior e Isaac Macedo