O escritor Mário de Andrade (1893-1945) completaria nesta quarta-feira 120 anos. Um dos mais influentes intelectuais brasileiros, ele ajudou a transformar a cultura brasileira com a Semana de Arte Moderna de 1922, da qual foi um dos principais animadores. Além de obras-primas, como 'Macunaíma' e 'Amar verbo intransitivo', Mário de Andrade foi professor e pesquisador musical de ponta, com estudos na área da música popular, folclórica e erudita.
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A análise desse legado é o tema do livro 'O grão perfumado – Mário de Andrade' e a arte do inacabado (Editora PUC Minas), de Paulo Sérgio Malheiros dos Santos, que será lançado nesta quarta, às 19h, na Fundação de Educação Artística. Professor de música e pianista, Paulo Sérgio passa em revista textos pouco conhecidos de Mário de Andrade para compreender a trajetória ética e estética do escritor.
O autor mostra como o pensamento estético de Mário de Andrade evolui, passando da posição do artista isolado do mundo ao homem comprometido com a função social da arte. Para Mário de Andrade, havia nos verdadeiros artistas um “desejo-de-amigo” que fazia com que eles abandonassem a torre de marfim para buscar relacionamento com os outros e com as questões sociais e políticas de seu tempo.
'O grão perfumado' mostra ainda como a música tem posição central na obra de Mário de Andrade, relacionando-se com seus outros campos de atuação, como a literatura, os estudos culturais e as pesquisas de natureza antropológica.