Christiane Jatahy exibe o projeto 'Utopia' na Feira do Livro de Frankfurt

Encenadora dialoga com técnicas de cinema em montagem exposta no evento

por Agência Estado 08/10/2013 17:03

Leonardo Aversa/Divulgação
Brasileira Christiane Jatahy apresentou espetáculo em Frankfurt (foto: Leonardo Aversa/Divulgação)
Romper fronteiras artísticas sempre foi um desafio para a encenadora Christiane Jatahy. Seu trabalho para o palco (Corte Seco, Julia) não se encaixa na simples denominação de “peça teatral”, uma vez que dialoga especialmente com as técnicas do cinema, de modo que a fusão resulta em algo híbrido, mas extremamente consistente.

 

Se naquelas duas obras conquistou plateias internacionais (especialmente com Julia, aclamada no mês passado em Paris), Christiane prepara-se para seu mais audacioso projeto: Utopia.Doc, cuja segunda parte estreia amanhã 9, em Frankfurt, como parte da programação brasileira na Feira do Livro, cuja abertura oficial acontece nesta terça-feira, 8.

“Agora, quero discutir utopia, ideias, desejos e, especialmente, o limite entre o público e o privado”, disse ela à reportagem, no domingo, 6, no Mousonturm, que abriga não só seu projeto como também o de Felipe Hirsch, Puzzle. Dois artistas que incitam a plateia a pensar. E ambos com projetos com forte cunho político.

'Utopia.Doc' começou a ser rascunhado em Londres, no ano passado, quando 15 moradores da cidade interagiram com 30 artistas brasileiros. Era o embrião do projeto que começou a nascer de fato há dois meses em Paris. O ponto de partida é o mesmo: Christiane e sua equipe contatam diversas pessoas que possam se interessar pelo projeto. A condição é responder a perguntas que pedem para narrar sua história de vida, sua ideia de utopia e, principalmente, em qual lugar do mundo aquela pessoa gostaria de estar no momento.

Proposta aceita, o morador (que tanto pode ser um nativo do país como um estrangeiro) escreve uma carta de cunho pessoal sobre a própria trajetória. “É esse material que vai receber uma resposta artística”, explica a diretora, ou seja, vai inspirar um criador especialmente convidado a desenvolver um novo trabalho. Todo o processo é filmado, desde a leitura oral da carta por esse artista até a concepção e a entrega da resposta ao morador, que ouve, em sua casa, aquele mesmo criador lendo o próprio trabalho.

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