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A obra de Tomie Ohtake que os mineiros verão é fruto de uma investigação em variadas frentes a partir dos anos 1960, quando se naturalizou brasileira. “Sua poética, ao invés de declinar, germina em outras direções”, disse certa vez o crítico Agnaldo Farias. Nascida em Kioto, em 1913, ela chegou ao Brasil em 1936 e só começou a pintar aos 40 anos. Se no início fez investidas na abstração informal, pouco a pouco substituiu a imaterialidade aparente das telas pelo estudo da relação forma-cor. Nesta fase ganhou destaque a ambigUidade entre peças ovais, retangulares, cruciformes, quadradas e o espaço da tela. Ao chegar aos anos 1980, Tomie introduziu outras referências ao trabalho, associando a linha curva a uma refinada fatura cromática. Dos anos 1990 em diante, a transparência e a profundidade se acentuaram e a pintura adquiriu um aspecto que parece emanar do espaço sideral.
Complexo Com cerca de 400 metros quadrados, a nova galeria se somará a outras ações previstas para o complexo cultural do Minas Tênis Clube na Rua da Bahia. Após inaugurar em março o Teatro Bradesco, o Minas já conclui outra ação: amanhã será aberto à comunidade o Centro de Memória. Mais do que documentar sua trajetória e seus feitos, sobretudo no esporte, o objetivo é destacar as relações do tradicional clube dentro do contexto da capital. A exposição Várias histórias é um exemplo.
Depois de analisar cerca de 50 mil itens do acervo, os pesquisadores chegaram a um conjunto com objetos, fotografias, documentos textuais e filmes, ilustrando a rica influência do Minas Tênis Clube na cultura local. Em 78 anos de dedicação à formação esportiva, à educação, ao lazer, ao convívio social e à cultura, o Minas teve influência no cotidiano local, não apenas entre seus sócios. “A preocupação o tempo todo foi buscar uma articulação entre os acervos apresentados”, explica a coordenadora do Centro de Memória, Silvana Cançado Trindade.
O Centro de Memória recebe o visitante a partir de um corredor onde estará representado o esporte. Nove móbiles de personalidades esportivas dividirão espaço com um recorte de 10% dos 3,3 mil troféus conquistados pelo clube. Mais que o aspecto da competição, é possível perceber a iconografia. “Começam com o formato das taças, depois viram figuras antropomorfas, até chegar à representação atual com qualidade estética inferior a do passado”, compara Silvana Trindade. Logo adiante, uma grande galeria abriga peças da indumentária esportiva, mobiliário dos anos 1940 e o acervo fotográfico, organizado em 27 filmes, exibidos no percurso da mostra.
A consolidação do Centro Cultural do Minas só se dará em completo no ano que vem, quando deverão ser abertas as duas salas de cinema de arte com 66 lugares, as salas multiuso e a biblioteca. “Ainda não temos todo o acervo. Só possuímos o documental. A ideia é atender a todos os públicos”, adianta Wanderleia Magalhães. Para ela, na medida que os espaços forem inaugurados, um ajudará o outro. Os horários de funcionamento dos equipamentos foram pensados para que quem for ao teatro acabe conhecendo também a galeria.
Centro de Memória
Abertura ao público do novo espaço do Minas Tênis Clube
Endereço: Rua da Bahia, 2.244, Lourdes
Terça-feira, passando a funcionar de terça-feira a sábado, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 11h às 19h