
Veja fotos da exposição 'A magia de Escher'
A curiosidade maior foi saber como se produziu esta página, idealizada para valorizar e chamar a atenção para a exposição que, até o dia 17 de novembro, ocupa as principais galerias do Palácio das Artes, com 85 obras, entre gravuras originais, desenhos e fac-símiles, pertencentes à coleção da Fundação Escher, na Holanda.
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O próximo passo foi compreender e aplicar esta modulação para reconstruir a ideia do fluxo contínuo que aparece na capa. “A intenção foi chegar ao efeito do infinito”, explica. Recurso este bastante explorado por Escher, em litografias como Cascata, de 1961. Ela é assim descrita pelo artista: “A água de uma cascata que move a pedra do moleiro corre em suave zigue-zague por uma calha montada entre as torres até formar a cascata e cair novamente.”
Como a primeira página do jornal reproduz as manchetes dos cadernos, foi necessário aguardar a produção de todo o jornal, para, só depois, finalizar a capa. Por isso, somente a segunda edição do Estado de Minas ganhou o recurso gráfico que tanto chamou a atenção dos leitores. Álvaro Duarte, editor de arte do jornal, explica que a ideia surgiu pela grandiosidade de Escher e da exposição. “A tendência é criar algo novo para o leitor. Ousar, sempre que possível, tanto editorial quanto graficamente. Tentamos criar um fluxo de produção do jornal que não se sabe de onde começa nem termina. Desenvolvida pelo ilustrador Quinho, a arte reproduz páginas que se dissolvem em letras formando textos que, por sua vez, dão origem às páginas”, explica.
O curador da exposição, Pieter Tjabbes, holandês radicado no Brasil, achou a ideia “genial”. “Conseguiu linkar uma expressão artística e uma brincadeira da perspectiva às chamadas das reportagens sobre um ciclo político que parece não ter fim após o julgamento do mensalão. Achei interessante a simbologia. Não quero julgar os políticos antes do final do julgamento, mas todo processo leva a crer que a água política continuará correndo pelos mesmos canais e deverá voltar à origem”, compara.
Até 17 de novembro, nas galerias Alberto da Veiga Guignard, Arlinda Corrêa Lima e Genesco Murta do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). De terça a sábado, de 9h30 às 21h; domingo e feriados, 16h às 21h. Entrada gratuita. Classificação livre. Informações: (31) 3236-7363.