Há duas experiências universais para quem toma contato com a obra de Escher: em primeiro lugar o espanto; em seguida o desafio intelectual de traduzir em palavras o efeito fantástico que emana dos trabalhos. A exposição 'A magia de Escher' lança mão de recursos semelhantes aos que tornaram o artista gráfico holandês conhecido: os paradoxos, a ilusão de ótica e os desenhos realistas. As características foram sendo consolidadas durante as elaborações de trabalhos inspirados em representações de construções impossíveis, no preenchimento regular do plano, em explorações do infinito e em metamorfoses – padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente em formas diferentes. Com a técnica, ele realizou gravuras capazes de provocar efeitos impactantes, como as ilusões de ótica, respeitando as regras geométricas da perspectiva.
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Confira alguns dos recursos dos quais Escher lançou mão para criar efeitos que fazem dele um dos mais importantes artistas gráficos contemporâneos, amado pelo público em todo o mundo, o que confirma a universalidade de seu trabalho.
Espelhamento
O artista brincava com espelhos e imagens refletidas. Explorou o recurso de vários modos, até mesmo em grande número de autorretratos, que sempre envolviam o uso de um espelho. Sempre trabalhou com um espelho convexo. A distorção produzida cria uma visão ampla do entorno. A litografia Três esferas II, de 1946, ilustra essa pesquisa.
Ladrilhamento
O conceito de divisão regular do plano – o ladrilhamento – é considerado por Escher como seu tema mais importante. Era sua maneira de expressar a fascinação pela eternidade e pelo infinito de diferentes formas. Na xilogravura Céu e água I, de 1938, as silhuetas dos peixes brancos se fundem para formar o céu para as aves, enquanto na metade inferior os pássaros pretos se misturam para dar forma à água para os peixes. Já na litografia Encontro (1944), o recurso é usado para criar dois tipos de figuras que se fundem.
Eternidade
A combinação de técnicas artísticas tradicionais e conhecimentos matemáticos específicos é fundamental para obra de Escher. Os temas matemáticos vão além dos limites tradicionais de arte e dão às gravuras o poder de criar formas e propor mitologias. A xilo Fita de Moebius II, de 1963, foi feita a partir deste raciocínio.