O galerista Orlando Lemos abre hoje, no Bairro Jardim Canadá, um amplo espaço para as artes visuais. A coletiva de inauguração reúne 30 artistas de vários estados e de diversas gerações, com direito a novos talentos de Minas Gerais. Entre eles estão Rafael Vicente, Marcelo Solá, Bruno Rios, Warley Desali e Paulo Whitaker.
“É espaço multiuso”, informa Orlando, satisfeito por ter construído uma galeria capaz de abrigar três individuais simultaneamente, além de espaço apropriado para guardar o acervo. “Apresento artistas consistentes que estão sempre se renovando, mas sem perder o fio do que já realizaram”, explica. Ele garante que seu projeto não se resume à venda de obras. “Trabalho para formar um olhar sobre arte”, diz.
Apreciador de projetos experimentais, Lemos informa que diferentes estéticas terão lugar na programação – da performance à arte tecnológica. A ideia é promover quatro eventos por ano: de individuais simultâneas a coletivas organizadas por jovens curadores.
Lemos não vai fechar sua outra galeria, a Objetaria Belizário, que funciona no Bairro de Santa Efigênia, atualmente em reformas. O plano é transformar esse endereço em espaço exclusivo de grandes mestres da arte popular.
Avanço
De acordo com o galerista, o mercado de arte em Belo Horizonte evoluiu nos últimos 10 anos. “Hoje, há mais colecionadores, as pessoas estão mais criteriosas e têm informação sobre os artistas. Isso ocorre mesmo com quem não se interessa por arte. Há boas galerias com trabalhos importantíssimos e de muitos anos”, afirma.
Orlando não esconde a admiração pelo colega Manoel Macedo, que mantém galeria no Bairro Carlos Prates. Ele atribui o pequeno número de endereços dedicados à arte ao fato de a atividade ser exigente, cobrando preparação, conhecimento e capacidade de dialogar e negociar.
“Em BH, há carência de curadores”, adverte Orlando Lemos. “Precisamos deles para ajudar os artistas, principalmente os que estão começando”. Um dos orgulhos do galerista é ter viabilizado a primeira exposição do mineiro Paulo Nazareth, um dos nomes da arte contemporânea mais cultuados do momento. Atualmente, ele expõe na Bienal de Veneza.
A escolha do Bairro Jardim Canadá para receber a nova galeria se deve ao fato de a região ter condição de se tornar referência para as artes. O bairro oferece terrenos grandes e de fácil acesso, “o que se tornou impossível no Centro e na Zona Sul de Belo Horizonte”, explica Orlando Lemos.
ORLANDO LEMOS GALERIA
Coletiva. Diversas linguagens. Abertura hoje, às 13h. Rua Melita, 95, Jardim Canadá, (31) 3224-5634 e 3581-2025. De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 14h; e domingo, das 11h às 15h. Entrada franca.