A mineira Leonora Weissmann tem nos retratos referência constante para a sua pesquisa pictórica. E volta a eles na exposição ‘Adentro floresta afora’, que será aberta hoje, na galeria da Cemig. “É como se estivesse tirando a última pele”, observa. A pintora mantém o foco em modelos à sua volta, como familiares e amigos, e também nos autorretratos. “É registro da vida”, resume.
Leonora conta que o ponto de partida de seu trabalho é a realidade, “ao mesmo tempo real e imaginária”. Entretanto, pondera que suas imagens não se enquadram no registro do realismo. “São relações com as questões da alma. Traz sensações assustadoras e maravilhosas extrapolar as referências para deixar a pintura acontecer, com todos os acasos dela”, revela.
Os retratos traz e mas circunstâncias em que foram feitos.“Cada um é um caso, são pensamentos diferentes. Não tenho uma fórmula. Há os que não saem, os que fluem, os que vão além das expectativas com uma força que não sei de onde vem”, diz. Ela pintou o tio,de 70 anos, e o filho, Téo, de 2. Não há modelos preferidos. Leonora acredita que adiversidade de tipos é muito interessante para a pintura.
Atualmente, ela se encanta com os nus. Deter-se diante do corpo explícito é desafio no plano técnico, ressalta. Isso traz algo simbólico pelo que carrega de resistências, medos e tabus.“Cada corpo traz história que deixa sinais. Isso é desafiador em tempos que cobram formas perfeitas”, conclui.
ADENTRO FLORESTA AFORA
Pinturas de Leonora Weissmann.
Abertura nesta quinta-feira, às 20h
Local: Galeria de Arte da Cemig
Endereço: Avenida Barbacena, 1.200, Santo Agostinho
Diariamente, das 8h às 19h. Até 19 de setembro.