Carol Andrade canta as mulheres no primeiro CD desde a estreia, em 2006, com 'Vida adentro'. 'Outras mulheres' é o nome do álbum, em que ela recria algumas compositoras importantes da música brasileira e apresenta sua porção de autora. O tom geral é de uma certa brejeirice e uma doçura que rima com simplicidade, mas a faixa que dá título ao trabalho sugere uma mulher que vai além da 'Menina faceira' (Chiquinha Gonzaga), da foliã sensual de 'Lança perfume' (Rita Lee) ou da amante em compasso de espera de 'Tenho sede' (Anastácia, com Dominguinhos) e 'Outra vez' (Isolda). Ou da saudosa namorada que, aos cacos, perde a chave de casa em 'Metade' (Adriana Calcanhotto).
A rara parceria da feminina Joyce e Paulo César Pinheiro abre com energia meio Bethânia: “Meu corpo é pedra em que nascem/ corais, sargaços e líquen”. E logo se oferece, com ousadia: “Que os homens todos me abracem/ só quero aqueles que passem/ não quero aqueles que fiquem/(...)/ jamais me tires da rua/ porque jamais serei tua”. Uma postura que contraria a maioria das personagens femininas da MPB ao sentenciar: “(...) Peço que quando sentires que estou te amando/ eu quero é que tu me deixes”. E conclui, como xeque-mate: “Não sou aquela que queres/ pertenço ao rol das devassas/ não quero que tu em faças/ igual às outras mulheres”.
Apoiada por uma estrutura instrumental econômica, capaz de lembrar a linha de interpretação de Consuelo de Paula, Carol surpreende na mistura de fox e rockabilly de Desalmada, de sua própria lavra, e ao dar vida nova à surrada Estrada do Sol, de Dolores Duran e Tom Jobim. E principalmente quando reduz ao essencial o belo samba 'Alvorecer' (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho), tendo como base camadas do violão do marido, Alex Maia, responsável pelos arranjos e pela direção musical.
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Apoiada por uma estrutura instrumental econômica, capaz de lembrar a linha de interpretação de Consuelo de Paula, Carol surpreende na mistura de fox e rockabilly de Desalmada, de sua própria lavra, e ao dar vida nova à surrada Estrada do Sol, de Dolores Duran e Tom Jobim. E principalmente quando reduz ao essencial o belo samba 'Alvorecer' (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho), tendo como base camadas do violão do marido, Alex Maia, responsável pelos arranjos e pela direção musical.