A possibilidade de arquivamento digital de imagens fez o artista plástico Mário Azevedo descobrir, há alguns anos, que tinha um acervo de mais de 10 mil fotos. No geral, detalhes da paisagem capturados originalmente como referências para pinturas, desenhos e gravuras. “Diante de tal volume de imagens, vi que não se tratava de álbum de referência, mas de um trabalho”, observa. Resultado: ele organizou o material – telhados, lixos vazios, marcações topográficas, marinhas etc. – e vem editando pequenos volumes. Já foram publicados dois catálogos: 'Neomonumentos' (2007) e 'Escadarias' (2012). Hoje, às 19h, ele lança, na Galeria de Arte da Copasa, o fascículo Gradeados, com cerca de 46 fotos.
saiba mais
-
Morre Elmore Leonard, um dos mais requisitados roteiristas do cinema
-
Exposição 'Um passo, uma dança' relembra obra de Dora Guimarães
-
'Armazém de imagens': instalação mostra em vídeo e áudio o cotidiano do Mercado Novo, em BH
-
Feira para artesãos em BH apresenta novidades em materiais e ferramentes de criação
-
Idosa que desfigurou imagem de Jesus receberá lucros gerados pela obra
-
Lançamento de Márcia Tiburi traz a banalidade do vício como assunto central
-
Casa comprada por Elizabeth Bishop mantém viva a memória da escritora em Minas
A organização dos trabalhos em sequências e conjuntos é recorrente no trabalho de Mário Azevedo. “Gosto de pensar na estrutura de livro, de filme, que acho mais interessante do que normalmente vejo em uma exposição”, justifica. “Talvez o que me seduza é a possibilidade de estender o trabalho temporalmente, de criar uma narrativa ou possibilidade de percepção que vá além do instantâneo de uma peça só. O que para mim é pouco. Tento sempre criar um tempo diferente, um acesso mais demorado e meditativo, um estar que cobra mais tempo do que outros pedem. Quem tiver só cinco minutos não vai conseguir ver o meu trabalho. É preciso observar a obra, a montagem, o catálogo.”
E Azevedo segue argumentando: “Trabalho com séries. E série é mais exigente, você precisa de um desejo maior para se dedicar a realizar aquilo, o que cobra sinceridade, afeto. E, um pouco por cobrar essa postura, o produto que vem do trabalho em série é mais generoso: oferece algo mais consistente”, defende. Azevedo suspeita, ainda, que na opção por trabalhar com conjuntos de peças esteja a luta, a resistência contra a diluição de tudo, movida também pela rapidez.
GRADEADOS
Exposição de fotos de Mário Azevedo
Quarta-feira, às 19h
Local: Galeria de Arte da Copasa
Endereço: Rua Mar de Espanha, 525, Santo Antônio
Aberta todos os dias das 8h às 19h
Término:15 de setembro