Repórter Mário Lara autografa o livro 'Família, história e poder no Campo das Vertentes'

Noite de autógrafos acontece nesta terça, às 19h, no Espaço Oficina D'Ideias

por Ângela Faria 30/07/2013 06:00

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Jair Amaral/EM/D.A PRESS
(foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
O passado tem rendido boas pautas para jornalistas. Que o diga o veterano repórter Mário Lara: nesta terça-feira à noite, ele autografa o livro 'Família, história e poder no Campo das Vertentes', no Espaço Oficina D’Ideias, em Belo Horizonte. O autor volta ao século 18 com o propósito de provar que a Zona da Mata mineira e a região da Comarca do Rio das Mortes não foram “ periféricas” na história econômica do estado, como se supôs por muito tempo, mas palcos de importantes empreendimentos.


O jornalista chama a atenção para o fato de que a economia dessas regiões, apontada equivocadamente como mero prolongamento da cafeicultura fluminense, praticamente submergiu numa espécie de “zona silenciosa” na historiografia mineira. Só recentemente, diz Lara, têm se jogado novas luzes sobre a questão.

“Responsável por 20% da produção nacional de café, chegando mesmo a superar o Vale do Paraíba nas últimas décadas do oitocentos, causa assombro esse lapso histórico e a não percepção dos pesquisadores quanto a seu incremento”, destaca.

Maior arrecadadora de impostos da província e, mais tarde, do estado, a região seria responsável por cerca de 70% do movimento fiscal mineiro durante grande parte dos séculos 19 e 20, argumenta Lara.

O jornalista contesta a tese de que o incremento da cafeicultura em Minas Gerais tenha ocorrido pelo Sul do estado, chamando a atenção para o desenvolvimento dessa atividade em cidades da Comarca do Rio das Mortes – algo também pouco estudado, segundo ele.

O livro destaca a importância das cidades de Oliveira, Nossa Senhora das Candeias, Santana do Jacaré, Santo Antônio do Amparo e Bom Sucesso para a economia do estado. Também cita o papel desempenhado pela produção de algodão, rapadura, aguardente e toucinho no comércio para Minas, sobretudo devido à necessidade de alimentar o mercado do Rio de Janeiro a partir de 1808, processo impulsionado pela chegada da corte portuguesa ao Brasil.

Decadência “Longe de partilhar o mesmo ciclo de decadência que marcara a economia agroexportadora do Rio de Janeiro, outra seria a trajetória capitalista vivenciada pela região mineira. No final do século 19, a Zona da Mata suplantaria o Vale do Paraíba, tornando-se o segundo maior centro produtor brasileiro de café, depois de São Paulo”, lembra Lara, informando que essa posição perdurou até a década de 1920.

Mário Lara trabalhou nas redações da revista 'Veja' e dos jornais 'O Globo' e 'Última Hora'. Fez pós-graduação em história regional no Centro Universitário de Belo Horizonte e lançou outros livros ligados a esse tema, como 'Nas trilhas do Jangada', 'Nos confins do Sertão da Farinha Podre' e 'A saga da família Franco'.

FAMÍLIA, HISTÓRIA E PODER NO CAMPO DAS VERTENTES
>> De Mário Lara
>> Edição do autor, 264 páginas
>> Lançamento hoje, às 19h, na Oficina D’Ideias, Rua Congonhas, 539, Bairro Santo Antônio. Informações: mlaraleite@gmail.com

Lançamentos


BITUCA
O compositor Chico Amaral lança nesta terça-feira, no Museu Histórico Abílio Barreto, em BH, o livro Música de Milton Nascimento. A noite de autógrafos é exclusiva para convidados, mas a obra está à venda nas livrarias da capital e na produtora Via Social. Informações: (31) 3342-1692.

CRÔNICAS

O jornalista Roberto Mendonça autografa o livro de crônicas Urucuia (Manduruvá), às 19h, na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (Praça da Liberdade, 21, Funcionários).

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